“Não nos esqueçamos de que a realidade é mais importante do que a ideia, não se pode fazer política com ideologia”, disse o papa Francisco a membros da Fraternidade Política Chemin Neuf (Caminho Novo, em francês), que recebeu hoje (16).

Para Francisco, “política é ação”. Como cristãos, disse em sua mensagem,, “precisamos sempre confrontar nossas ideias com a profundidade da realidade, se não quisermos construir na areia que mais cedo ou mais tarde acaba cedendo."

“Do ponto de vista cristão, a política também é reflexão, ou seja, a formulação de um projeto comum", onde se busca o bem comum e não apenas "um confronto de interesses conflitantes", disse o papa. “Tudo isso é possível com o Evangelho como bússola, que traz ao mundo uma visão profundamente positiva do homem amado por Deus”.

O papa falou da importância da “maravilha”, aquilo que “faz sentir que estou em Jesus, com Jesus. A maravilha de ver a grandeza do Senhor, a grandeza de sua Pessoa, a grandeza de seu programa, de sentir a grandeza das Bem-aventuranças como um programa de vida. E depois outra palavra, memória. Memória, esperança e maravilha. O passado, o futuro e o presente: não há futuro sem o presente, e não há esperança sem maravilha”.

Para Francisco, "a política é encontro, reflexão, ação e sobretudo arte do encontro",

O papa exortou os católicos a fazer politica “acolhendo o outro e aceitando sua diferença, num diálogo respeitoso”. Os cristãos não podem se contentar “com um diálogo superficial e formal, como aquelas negociações muitas vezes hostis entre partidos políticos”, disse o papa. “Somos chamados a viver o encontro político como um encontro fraterno, especialmente com aqueles que menos concordam conosco; e isso significa ver naquele com quem dialogamos um verdadeiro irmão, um filho amado de Deus”.

Para isso, o papa disse que é necessária “uma mudança de olhar sobre o outro, com um acolhimento e respeito de sua pessoa sem condições”.

“Se essa mudança de coração não ocorrer, a política corre o risco de se transformar num confronto muitas vezes violento, a fim de fazer triunfar as próprias ideias, numa busca de interesses particulares e não do bem comum, contra o princípio de que a unidade prevalece sobre o conflito”.

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