A jornalista Maria Denisse Fanianos de Capriles escreveu um artigo intitulado "Na Venezuela gritamos por auxílio e pedimos muitas orações", no qual narra a situação dramática do país por causa do apagão e da falta de alimentos e remédios.

Sobre o apagão, que também levou ao colapso do fornecimento de água, já que os motores para os depósitos precisam de energia elétrica, o presidente Nicolás Maduro disse que era responsabilidade do “império” dos Estados Unidos e recomendou que todos consigam um rádio, lanternas ou velas e um tanque de água.

O apagão também paralisou o comércio e o transporte, causou longas filas nos postos de gasolina, interrompeu as comunicações e afetou seriamente os hospitais, onde mais de 20 pessoas morreram.

Em seu artigo, Fanianos de Capriles afirma que "o país está paralisado. Não há transporte. As empresas não estão funcionando. Não há aulas. As pessoas estão nas ruas tentando ver como resolverão suas necessidades básicas para sobreviver".

O problema da água, continua a jornalista, chegou a um ponto tão complicado que "algumas pessoas desesperadas retiraram água do rio Guaire, onde desembocam os esgotos da cidade de Caracas. Imaginem o desespero do povo".

Em relação à comida, a jornalista explica que tem um "custo muito alto" e, portanto, é complicado consegui-la. Além disso, por causa da falta de luz, muita coisa estragou.

Fanianos de Capriles ressalta que o problema dos apagões ocorre desde 2010 na Venezuela: "vários especialistas do setor elétrico já tinham alertado que isso aconteceria por falta de manutenção e melhorias no serviço", escreveu.

Após relatar que à noite a "preocupação, o medo e às vezes o pânico nos invadem, especialmente porque aconteceram saques em diferentes partes do país", a jornalista disse que "acima de tudo está a fé do venezuelano".

"O abandono nas mãos de Deus e de Maria Santíssima nos sustenta em meio a tanta incerteza e de não saber muitas vezes o que está acontecendo, nem o que acontecerá, pela falta de informações claras dos meios governamentais”, indicou.

Após expressar seu desejo de que esta tragédia "termine logo em nossa amada Venezuela", a jornalista comentou que "não é possível tanta destruição em um país tão bonito e com tantas pessoas boas. Aqui estamos muitos venezuelanos que esperamos sobreviver a isso para que, quando houver uma mudança, iniciemos a reconstrução de nossa querida pátria".

"Suplicamos as orações de todos os que leem este artigo porque estamos convencidos de que só com a ajuda de Deus poderemos, dentro de um curto espaço de tempo, começar a escrever uma nova história de liberdade, justiça e paz na nossa amada Venezuela", concluiu.

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