Depois de liderar a reforma das comunicações no Vaticano e ter permanecido como assessor do Dicastério para a Comunicação por 16 meses, Mons. Dario Edoardo Viganò se despediu deste organismo do Vaticano para começar a trabalhar nas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais, realidades que continuarão sendo lideradas pelo Arcebispo argentino Marcelo Sánchez Sorondo.

A notícia desta mudança, realizada pelo Papa Francisco, foi publicada oficialmente no sábado, 31 de agosto, em uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé.

“O Santo Padre nomeou Vice-Chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, com competência específica para o setor das comunicações, o Rev. Mons. Dario Edoardo Viganò, até agora assessor do Dicastério para a Comunicação”, assinalou o comunicado oficial do Vaticano.

Mons. Viganò era o diretor do antigo Centro Televisivo Vaticano (CTV), agora Vatican Media, e chegou a ser Prefeito da então Secretaria da Comunicação liderando a reforma dos meios do Vaticano, que ainda está em curso.

Renúncia polêmica

No entanto, Mons. Dario Edoardo Viganò teve que apresentar sua renúncia ao Papa Francisco, em março de 2018, após a publicação polêmica de fragmentos de uma carta pessoal do Papa Emérito Bento XVI.

Meios de comunicação como a agência de notícias Associated Press (AP) assinalaram uma "suposta manipulação" do texto de Bento XVI por ocasião da publicação da coleção "A teologia do Papa Francisco".

Segundo a AP, com a suposta manipulação, a Secretaria de Comunicação da Santa Sé teria "alterado significativamente o significado das citações" de Bento XVI.

Naquela ocasião, Mons. Viganò enviou uma carta de renúncia dirigida ao Santo Padre, na qual reconheceu que havia "muitas polêmicas" em relação ao seu trabalho e que, "além das intenções", os acontecimentos recentes desestabilizaram "o complexo e grande trabalho de reforma” que Francisco lhe confiara, em junho de 2015.

Por isso, o Pontífice deixou como encarregado, provisoriamente, o secretário daquele Dicastério, Mons. Lucio Adrián Ruiz, e explicou em outra carta pública dirigida a Mons. Viganò que respeitava sua decisão e recebia "não sem certo pesar, sua demissão como Prefeito".

O Santo Padre, no entanto, publicamente e por escrito solicitou que Mons. Dario Viganò permanecesse naquela estrutura do Vaticano e o nomeou "assessor do Dicastério de Comunicação, para poder dar sua contribuição humana e profissional ao novo Prefeito no projeto de reforma desejado pelo Conselho de Cardeais, por mim aprovado e regularmente compartilhado”.

Deste modo, Mons. Dario Edoardo Viganò continuou colaborando com o Dicastério de Comunicação em diferentes projetos.

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