“A situação no Haiti neste momento é bem trágica”, disse irmã Vanessa Matias dos Santos, missionária da Missão Belém, na capital haitiana Porto Príncipe. O país sofreu um terremoto no sábado, que deixou quase 2 mil mortos e muita destruição. Além disso, na madrugada de terça-feira, a tempestade Grace chegou ao país causando inundações e deslizamentos de terra.

Em declarações à ACI Digital, irmã Vanessa contou que a passagem da tempestade Grace, que já tinha sido anunciada por centros de meteorologia, “acabou dificultando a situação”. “A chuva muito forte, atrapalhou muito a busca por pessoas e a população que ficou sem moradia por causa do terremoto foi prejudicada, porque estão debaixo de lonas, em lugares não protegidos e, na verdade, mais se molharam do que estavam cobertos”, disse.

O drama da população haitiana afetada pelo terremoto e pela tempestade também foi relatado pelo representante da UNICEF Bruno Maes, que está em Les Cayes, uma das regiões mais atingidas. “Incontáveis famílias haitianas que perderam tudo no terremoto estão agora vivendo literalmente com seus pés na água devido às enchentes”, disse ao site da entidade. Segundo Maes, “neste momento, cerca 500 mil crianças haitianas têm nenhum ou limitado acesso a abrigo, água potável, assistência de saúde e nutrição”.

A missionária brasileira Irmã Vanessa Matias contou que a parte sul do Haiti, onde estão as cidades de Jérémie e Les Cayes, foi muito afetada pelo terremoto e pela tempestade e a população está “sofrendo bastante”, porque “não há estrutura” para atendê-los. “O sistema de saúde também não ajuda, pois são poucos hospitais e não conseguem suportar toda a população que chega ferida. Não tem espaço, as pessoas ficam fora dos hospitais, no chão, todos amontoados”, disse.

Segundo os últimos dados atualizados pelo governo do Haiti, o terremoto deixou 1.941 mortos e mais de 9,9 mil feridos. O balanço diz ainda que mais de 60 mil casas foram destruídas pelo tremor.

A pediatra Marie Cherry, do hospital de Les Cayes, disse a agência Reuters que precisam “de mais médicos, enfermeiras e pediatras” para cuidar dos feridos. “Isso é o mais importante no momento”, afirmou. Informou ainda que suprimentos como curativos, luvas, antibióticos e analgésicos estavam acabando.

“É uma situação muito difícil. O povo está sofrendo muito agora, com fome, sem abrigo, sem a questão da saúde... Estão precisando de ajuda neste momento”, disse irmã Vanessa Matias à ACI Digital.

A missionária brasileira contou que nos locais mais atingidos pelo terremoto e tempestade, “há grupos há grupos de religiosos que já ajudava a população local e agora estão ajudando ainda mais o povo e fazendo o que podem, com comida, saúde, abrigo. Estão fazendo o máximo possível”. Irmã Vanessa disse que também há movimentação “de outros grupos que estão na capital e querem ir ao encontro desse povo atingido para poder ajudar”, porém enfrentam a dificuldades das estradas que ficaram bloqueadas após o terremoto. “Mas, acredito que o mais breve possível vão conseguir chegar a estes lugares para poder dar ajudar”, disse.

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