O arcebispo de Arequipa, dom Javier del Río, disse que as declarações da Ministra da Mulher e Populações Vulneráveis ​​do Peru, Diana Miloslavich, mostraram não só que ela apoia o aborto, mas também que a despenalização para os casos de estupro é mais um passo para a sua liberalização e para que seja considerado como um “direito”.

“A ministra confessou que o objetivo de despenalizar o aborto em casos de estupro, como fizeram antes ao promover o protocolo do mal chamado 'aborto terapêutico', é dar mais um passo rumo à despenalização total do aborto e para que este seja declarado como um direito da mulher que o Estado deve atender gratuitamente e sob demanda”, disse dom Javier em sua mensagem semanal.

Em declarações ao canal local Exitosa, em 7 de março, Miloslavich revelou que continua “apostando em que em algum momento o aborto seja livre, gratuito e seguro” no Peru, e que espera que no “Congresso se consigam os votos para despenalizar o aborto por estupro".

Em sua carta, dom Javier disse que os bispos peruanos "não estão surpresos com suas declarações, já que a atual ministra trabalhou muito tempo em uma das ONGs que, inclusive com financiamento externo, promovem o assassinato das crianças no ventre de suas mães’.

Miloslavich é uma feminista defensora do aborto e da agenda LGBT e foi coordenadora do Programa de Participação Política do Centro Flora Tristán para Mulheres Peruanas há mais de três décadas.

Dom Javier disse que as ONGs, como aquelas em que a ministra trabalhou, pertencem a “uma agenda internacional que, como parte do que o papa Francisco chama de 'cultura do descarte', certos grupos poderosos estão impondo em vários países”.

“No final de 2020, a Argentina legalizou totalmente o aborto até 14 semanas de gravidez e após esse período por certos motivos; na Colômbia, em fevereiro deste ano, também foi completamente despenalizado até 24 semanas de gravidez e após esse período por certos motivos”, disse o arcebispo.

“Em outros países é permitido matar uma criança, pela simples decisão de sua mãe, até o momento antes de seu nascimento. Vai por este caminho também um texto da constituição política que está sendo feito atualmente no Chile”, acrescentou.

Neste contexto, Javier disse que este é o tipo de aborto “livre, gratuito e seguro” “ao qual a ministra e seus patrocinadores se referem: matar impunemente os nascituros”.

“Alguns pensam que esta forma é boa para as mulheres, mas na realidade causam ​​graves danos às mães que, na maioria dos casos por pressão do momento, cometem um aborto. Muitas delas carregam depois, por muito tempo ou talvez pelo resto dos dias, com a 'síndrome pós-aborto', que existe e é terrível", comentou.

O arcebispo destacou que os bispos do Peru foram claros em sua última declaração de 9 de março. "Declaramos que 'repudiamos totalmente as declarações da ministra' e reafirmamos que, como pastores, defendemos a vida de todo ser humano, desde o momento da concepção até a morte natural", disse.

Dom Javier disse que não deixa “de reconhecer o terrível sofrimento que as mulheres que são estupradas passam e, pior ainda, aquelas que concebem um filho como produto desse crime”.

“Por isso, no mesmo comunicado, os bispos exigem que as autoridades competentes implementem leis e processos para que os estupradores paguem por seus crimes”, disse.

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