Ela estava grávida e alguns médicos lhe disseram que deveria abortar, porque o bebê tinha uma malformação à qual não sobreviveria. Ao sair de uma consulta, ela se encontrou com dois jovens que a convenceram a optar pela vida. Decidiu ter sua filha, ainda que fosse para estar com ela por apenas 24 dias.

Esse foi o testemunho de Gaby, da Nicarágua, compartilhado durante o encontro organizado no dia 5 de julho pelo movimento Cada Vida Importa, da Espanha. Gaby contou que, em 2019, estava grávida de 17 semanas e os médicos lhe disseram que deveria abortar, porque sua filha tinha uma malformação que não lhe permitiria viver por muito tempo.

“Fui enviada a uma clínica de abortos. Fui lá com medo, porque eu não queria abortar a minha filha e mesmo que ela viesse doente, eu queria tê-la nos meus braços. Quando saí da clínica, encontrei dois rapazes que me falaram do Más Futuro e me disseram que me ajudariam. Conheci Marta Velarde, que foi como uma mãe para mim, sempre esteve ali me apoiando”, afirmou.

“Decidi ter a minha filha e ela ficou 24 dias comigo. Foi muito triste porque ela morreu, mas tive a satisfação de tê-la em meus braços, conhecê-la e cuidar dela. Foi muito gratificante para mim e para a irmã mais velha dela, de três anos”, explicou Gaby. “Agradeço aos socorristas que me ajudaram e ao Más Futuro, que sempre esteve ali comigo”, disse Gaby, que está grávida de seis meses de um bebê completamente saudável.

Álvaro Ortega, da associação Más Futuro, disse que o dia 5 de julho “é o dia mais triste”. Nessa data, o grupo marca a promulgação das duas principais leis do aborto na Espanha: a de 1985, que despenalizou o aborto em três casos, e “a mal chamada interrupção voluntária da gravidez”, aprovada em 5 de julho de 2010 e que permite o aborto nas primeiras 14 semanas. Segundo Javier Rodríguez, diretor do Fórum da Família, 2,5 milhões de pessoas já foram abortadas na Espanha desde 1985.

Alicia Latorre, presidente da Associações Pró-Vida da Espanha, disse que o fato de que o aborto seja legal “não o converte em um ato bom”, O aborto, “de fato, é o ato mais injusto que existe” e sua legalização “legitima a morte de inocentes na Espanha”.  Quando “falamos de milhões de pessoas abortadas”, isso parece uma “estatística. Mas cada uma delas é uma tragédia”, afirmou Latorre.

Marta Velarde, presidente das associações Más Furturo e dos socorristas Juan Pablo II, explicou que o trabalho que eles realizam consiste em abordar as mulheres que se aproximam às principais clínicas de aborto credenciadas na Espanha para oferecer-lhes apoio e informação.

“Todas as mulheres nos escutam. Porque na Espanha ninguém, ninguém informa realmente o que é o aborto”, disse Velarde.

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