Menos de uma semana depois da aprovação do projeto do aborto na Câmara dos Deputados da Argentina, todos os médicos do Hospital Materno Neonatal da Cidade de Misiones anunciaram que pedirão a objeção de consciência para não participar destas práticas.

Depois de 20 horas de discussão, o projeto de lei do aborto foi aprovado com 129 votos a favor, 125 contra e uma abstenção. Agora, deverá ser enviado à Câmara do Senado para ser debatido.

Até o momento, a iniciativa permite o aborto livre até a 14ª semana de gestação e até os nove meses de gestação em casos de violação, de risco de saúde da mãe e inviabilidade do feto.

O projeto do aborto permite que os profissionais se oponham à objeção consciência de maneira “individual e por escrito”. Entretanto, não haverá objeção de consciência institucional.

O gerente do hospital, David Halaque, confirmou a postura a favor da vida dos médicos e disse que esta decisão foi tomada há três anos, quando entrou em vigor o “protocolo do aborto não punível” em casos de gravidez por violação.

Halac explicou a Radio Libertad de Posadas que o hospital é regido por um protocolo estabelecido, portanto, sabem como agir e para onde encaminhar os casos. Mesmo assim, atualizarão a lista de objetores a fim de saber se algum profissional do local mudou de posição.

Para o gerente do hospital Materno Neonatal, praticar o aborto “é controverso”, porque “nós dirigimos um hospital que traz a vida ao mundo, que salva vidas, que luta para ajudar um feto de 700 gramas vivo e agora nos pedem para que realizemos a curetagem”.

“Acho que no setor público não há muitos médicos dispostos a realizar estas práticas”. “Eu entendo que devemos cumprir a lei, mas devemos ver como se regulamenta”, acrescentou Halac.

Além disso, o profissional assegurou que “muitas pessoas que falaram no Congresso deveriam ir a uma sala de cirurgias e ver como se realiza o procedimento do aborto em uma gestação de 13 semanas e depois deveriam dar a sua opinião a respeito”.

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