De acordo com um novo relatório do governo, mais de 1% de todas as mortes em 2018 no Canadá foram causadas por eutanásia.

O Quarto Relatório Provisório sobre Assistência Médica para Morrer no Canadá, publicado em abril pela Health Canada, revelou que de janeiro a outubro de 2018 um total de 2.613 pessoas no país receberam "assistência médica para morrer", o que representa 1,12% de todas as mortes.

Segundo o relatório, apenas uma pessoa aplicou a si mesma a droga letal em suicídio assistido. Em todos os outros casos, o paciente faleceu após uma dose letal aplicada deliberadamente por um médico ou enfermeiro a pedido do paciente.

As leis do suicídio assistido nos Estados Unidos geralmente exigem que os pacientes apliquem a droga em si mesmos, mas este não é o caso no Canadá.

Esses números não incluem os Territórios do Noroeste, Yukon ou Nunavut, já que os números nessas áreas eram extremamente pequeno,s e Quebec, que tem um sistema de relatórios diferente.

Quando o projeto de lei foi apresentado pela primeira vez em abril de 2016, o Cardeal Thomas Collins, da Arquidiocese de Toronto, disse que isso era um sinal de que a sociedade estava indo na direção errada.

"Em um momento no qual a nossa prioridade deveria ser a promoção de uma cultura de amor e melhorar os recursos para aqueles que estão sofrendo e enfrentando a morte, o suicídio assistido nos leva por um caminho escuro", advertiu o Cardeal Collins.

O Purpurado assinalou que, "à primeira vista, pode parecer uma opção atraente, uma fuga rápida e misericordiosa do sofrimento que pode ser experimentado na vida, mas uma reflexão mais completa revela suas implicações sombrias, não só para o indivíduo, mas para a nossa sociedade, e especialmente para aqueles que são os mais vulneráveis. Essa reflexão é muito necessária agora".

Em junho de 2016, o Parlamento Canadense aprovou o projeto de lei C-14, que legalizou o suicídio assistido por médicos e a eutanásia administrada por um médico em todo o país. Desde então, mais de 6.700 canadenses morreram como resultado de um homicídio medicinal.

A grande maioria das mortes induzidas por médicos nos primeiros 10 meses de 2018 ocorreram em um hospital ou na casa do paciente. Cerca de 5% ocorreram em casa de repouso ou em um centro de saúde, e outros 4% estavam em um hospício.

Apenas 7% dos que receberam assistência médica para morrer tinham entre 18 e 55 anos. A idade média das pessoas falecidas foi de 72 anos.

Cerca de seis entre dez pessoas que escolheram a assistência médica para morrer tinham algum tipo de câncer; 16% das pessoas que optaram por essa prática sofriam de problemas circulatórios e/ou respiratórios.

Doenças neurodegenerativas, como a ELA, representaram 11% das mortes com assistência médica.

O relatório mostra que poucas pessoas tiveram a solicitação para morte assistida negada. Nas províncias atlânticas do Canadá, que incluem Nova Escócia, a Ilha de Príncipe Eduardo, Terranova e Novo Brunswick, foram rejeitadas menos de 7 solicitações. Um total de 30 pessoas morreram antes de receber o resultado da solicitação da assistência para morrer. 

A publicação do relatório aconteceu pouco antes da 22ª Marcha Nacional pela Vida, a ser realizada em Ottawa, em 9 de maio. O aborto é legal no Canadá há 50 anos, quando o então primeiro-ministro Pierre Trudeau descriminalizou o procedimento em 1969. O filho de Trudeau, Justin Trudeau, é o atual primeiro-ministro.

O governo de Justin Trudeau provocou uma controvérsia no verão de 2018, quando estabeleceu uma nova política que obrigava que as organizações pró-vida não fossem elegíveis para receber fundos do programa Canadian Summer Jobs, mesmo que a organização não realizasse nenhum trabalho pró-vida. Este requisito foi finalmente eliminado depois de um novo protesto público.

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