A maioria das pessoas que podem votar nos EUA é contra o aborto após 15 semanas de gestação mostra pesquisa do grupo pró-vida Susan B. Anthony List, divulgada nesta semana. A pesquisa foi feita pela OnMessage Inc. e publicada pelo grupo pró-vida na segunda-feira, 7 de junho.

“A maioria dos eleitores rejeita o aborto tardio e os candidatos democratas o defendem vergonhosamente”, disse Marjorie Dannenfelser, presidente da Susan B. Anthony List, na segunda-feira. “Com 15 semanas, os nascituros podem sentir dor e a maioria dos países europeus limita o aborto nesse momento. Há um forte apoio do povo norte-americano para que as leis de nossa nação sejam finalmente ditadas pela ciência e pelas normas internacionais”, disse

Segundo a pesquisa, 55% dos eleitores se sentiram “mais propensos” à proibição do aborto após 15 semanas quando souberam que o bebê tem a capacidade de sentir dor. Dos entrevistados, 53% disseram que estariam “mais propensos” a apoiar uma proibição ao aborto se soubessem que o coração do bebê bate nessa idade e que ele pode realizar movimentos como chupar o dedo e fechar as mãos.

A pesquisa com os potenciais eleitores das próximas eleições gerais, foi liderada pelo republicano Wes Anderson e realizada através de chamadas telefônicas, entre os dias 25 e 27 de maio. Votar não é obrigatório nos EUA e, por isso, a pesquisa fala em potenciais eleitores, isto é, cidadãos americanos maiores de idade que têm o direito de votar.

Os resultados foram divulgados depois que a Suprema Corte aceitou examinar o caso conhecido como Dobbs vs. Jackson Women’s Health Organization, no Mississippi. No processo, o tribunal analisa a restrição da maioria dos abortos após 15 semanas e indaga “se todas as proibições anteriores à viabilidade do aborto eletivo são inconstitucionais”. O debate está programado para o segundo semestre.

Para alguns juristas, este caso representa a maior possibilidade, em décadas, de reverter ou alterar substancialmente a decisão que legalizou o aborto em todo o país, em 1973, conhecida como Roe vs. Wade. Na decisão de Roe vs. Wade, o tribunal estabeleceu a “viabilidade”, ou seja, a idade em que o nascituro pode sobreviver fora do útero, como limite para que os estados possam proibir o aborto ou promulgar leis restritivas.

Gerard Bradley, professor de direito da Universidade de Notre Dame, escreveu no National Catholic Register que a decisão do tribunal de aceitar o caso sinaliza a disposição dos juízes de estabelecer um novo limite de tempo de gestação para a proibição do aborto. “Certamente, o tribunal argumentará que algumas proibições de 'pré-viabilidade' do aborto são constitucionalmente permissíveis, incluindo o limite de 15 semanas defendido no Mississipi”, escreveu Bradley.

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