O vigário patriarcal sírio-ortodoxo de Aleppo, Raban Boutros Kassis, foi baleado por franco-atiradores no dia 6 de novembro, enquanto retornava à cidade com o seu automóvel. Para ele, esta experiência significa “compartilhar a mesma cruz de tanta gente que sofre hoje na Síria”.

“Dou graças a Deus que me protegeu e me manteve com vida”, disse à agência vaticana Fides. “Todos os dias sofremos agressões e bombardeios, todos os dias pessoas são feridas e morrem”, denunciou.

Conforme indicou Fides, a estrada em que Boutros foi ferido une as cidades do Homs a Aleppo e está em uma área controlada pelo governo sírio, mas é fechada à noite porque grupos terroristas colocam minas no local.

Os agressores feriram o líder ortodoxo com dois tiros no ombro. Depois do ataque, o seu motorista o levou ao hospital católico de São Luis de Aleppo, onde permanece em recuperação.

“Estou feliz por saborear a amargura da cruz em comunhão com Cristo e com tantos inocentes que sofrem. Temos a certeza de que a morte não é a última palavra, mas que o fim é a Ressurreição”, disse.

Aleppo é uma das cidades mais afetadas pela guerra civil na Síria. Seus habitantes estão entre o fogo do exército sírio, os rebeldes e os grupos terroristas.

Os constantes bombardeios destruíram hospitais, centros de provisões, inclusive afetaram alguns bairros cristãos da cidade. No último dia 23, um míssil caiu no jardim de um convento carmelita e milagrosamente não explodiu.

O Arcebispo maronita (católico) de Aleppo, Dom Joseph Tobij, indicou à Fides que na semana passada os rebeldes e os jihadistas atacaram os bairros controlados pelas forças do governo sírio. Esta ofensiva causou 90 vítimas mortais.

No dia 4 de novembro, a Rússia concedeu a “última trégua” para que os civis e insurgentes pudessem sair da zona rebelde da cidade. Depois desta trégua, continuaram fazendo bombardeios.

Dom Tobij indicou que durante a trégua “alguns civis queriam sair, mas começaram a atirar contra eles e desistiram”.

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