Em 22 de maio, o sacerdote argentino Justo José Ilarraz foi condenado pelo Tribunal de Justiça de Entre Ríos a 25 anos de prisão domiciliar pelo crime de abusos sexuais contra adolescentes.

Entretanto, a condenação pela “promoção da corrupção de menores agravada e de abuso desonesto agravado”, ocorridos entre 1984 e 1995, poderia ser revertida caso o Supremo Tribunal de Justiça da Nação admitisse a prescrição do crime, proposta pela defesa do sacerdote.

Durante aproximadamente três décadas, Ilarraz foi prefeito de disciplina dos estudantes do Seminário de Paraná, Nossa Senhora do Cenáculo, na cidade de Entre Ríos, onde teria abusado de aproximadamente 50 menores.

Em 1995, foi iniciado um processo canônico que culminou com a expulsão do sacerdote da Arquidiocese de Paraná dois anos depois. Entretanto, foi transladado a outra cidade e mais tarde estudou Missiologia no Vaticano, informou o jornal ‘La Nación’.

Logo depois, estabeleceu-se em Tucumán, ao norte do país, e em 2012 sete vítimas denunciaram os abusos ante a justiça argentina.

Após a decisão do tribunal, o Arcebispo de Paraná, Dom Juan Alberto Puiggari, ratificou a sua confiança "na ação e na decisão do tribunal" e esclareceu que "a expulsão do estado clerical só pode ser imposta pela decisão exclusiva da Santa Sé e não da Arquidiocese".

"Reiteramos que, nesse então, não soubemos encontrar os caminhos mais adequados para responder às necessidades das vítimas e nunca deixaremos de sentir dor por isso", manifestou através de um comunicado.

Do mesmo modo, Dom Puiggari explicou que, ao "saber das novas acusações que se somaram às anteriores", iniciou-se outro processo canônico que está "à espera da resolução do tribunal correspondente".

"Reiteramos o nosso rechaço e o nosso repúdio a qualquer tipo de abuso, especialmente aqueles nos quais as crianças e os adultos vulneráveis ​são vítimas, pois eles devem ser muito protegidos pela Igreja", assegurou.

"A partir dessa experiência, iniciamos um período de reconhecimento e evolução que está causando mudanças importantes em busca de contenção e prevenção", como a criação de espaços e programas de proteção aos menores, concluiu o comunicado.

Em setembro de 2017, Pe. Juan Escobar Gaviria, membro da mesma Arquidiocese, também foi condenado a 25 anos de prisão por abuso sexual de menores.

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