A Arquidiocese de Santiago (Chile) pediu à Corte de Apelações que envie uma exortação à Secretaria de Estado do Vaticano para que entregue todos os antecedentes sobre os abusos perpetrados por Fernando Karadima no contexto da denúncia da instituição eclesial, acusada de encobrir o sacerdote.

"Esta petição busca contar com toda a informação que ajude esclarecer a verdade sobre os fatos", informou a Arquidiocese em um comunicado.

Em um procedimento judicial, um mandado é um pedido realizado por um tribunal ou por um juiz a outro da mesma categoria e hierarquia para que execute um ato processual necessário para o processo do remetente.

Em 2011, o sacerdote Karadima foi condenado por abuso sexual pelo Vaticano, cuja pena foi retirar-se a "uma vida de oração e penitência, também em reparação das vítimas dos seus abusos". Além disso, lhe proibiram "o exercício público de qualquer ato de ministério, especialmente a confissão e a direção espiritual de qualquer pessoa".

Em 2015, Juan Carlos Cruz, José Andrés Murillo e James Hamilton, três vítimas de Karadima, apresentaram uma denúncia por "danos morais" contra o Arcebispo de Santiago e pediram uma indenização de 450 milhões de pesos (cerca de 640 mil dólares) além de um pedido público de desculpas da Igreja pelo suposto encobrimento dos abusos.

Em março de 2017, após uma investigação e mais de 30 declarações, a justiça chilena determinou que não houve encobrimento da Arquidiocese, logo depois rechaçou a denúncia.

As vítimas recorreram à resolução e atualmente a denúncia está sendo revisada em segunda instância na Corte de Apelações.

Em um comunicado da Arquidiocese de Santiago, o advogado que representa a instituição eclesiástica, Nicolás Luco, explicou que até agora "não há nenhum antecedente de encobrimento no processo judicial, como foi ratificado pela primeira instância no tribunal, e por essa razão é importante conhecer qualquer antecedente novo sobre este caso".

Nos dias 28 e 29 de abril, as vítimas de Karadima se reuniram com o Papa Francisco no Vaticano. Elas assinalaram que "o Papa nos pediu perdão formalmente em seu nome e em nome da Igreja universal".

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