Um grupo de 60 jovens e 24 adultos viajou a pé pelo Sudão do Sul durante nove dias para ver o papa Francisco e rezar pela paz em seu país.

A peregrinação pela paz, uma iniciativa da diocese de Rumbek, na região central do país, começou na catedral da Sagrada Família em 25 de janeiro, festa da Conversão de São Paulo.

Após nove dias e cerca de 400 quilômetros, a peregrinação chegou ontem (2) a Juba, capital do Sudão do Sul, um dia antes da visita do papa ao país devastado pela guerra.

"Os estudantes da peregrinação demonstraram muita energia”, disse o bispo de Rumbek, Christian Carlassare, à ACI Africa após chegar a Juba. "Os jovens têm muitas esperanças e desejos positivos. Acho que a peregrinação é apenas para dar uma centelha à positividade da juventude e dar uma nova esperança ao país para abrir um novo capítulo de paz e reconciliação”.

A irmã Orla Treacy, freira irlandesa de Loreto que administra um internato em Rumbek, documentou todos os dias da peregrinação no Twitter.

Antes da viagem, Treacy fez treino de caminhada com alguns de seus alunos para se preparar para a intensa jornada.

O bispo Carlassare, de 45 anos, trabalha como missionário no Sudão do Sul desde 2005. Em 2022, tornou-se bispo de Rumbek, diocese de cerca de 37 mil km2 e cerca de 200 mil fiéis.

Embora apenas 84 pessoas tenham caminhado mais de 410 quilômetros até Juba, Carlassare disse que acha que a participação geral na iniciativa de paz tenha sido maior.

"As pessoas que encontramos nas aldeias, nas paróquias, algumas vieram nos receber e nos acolheram. Então eu acho que há centenas, centenas, senão milhares de pessoas que, de uma forma ou de outra, participaram da peregrinação", disse o bispo.

Ele disse que as pessoas que encontraram ao longo do caminho "ficaram muito felizes em ver a juventude”.

"Acho, também, que essa acolhida em Juba pode mostrar o quanto essa iniciativa inspirou o país, e também nos mostrará o caminho a seguir”, acrescenta.

A guerra civil do Sudão do Sul resultou na morte de cerca de 400 mil pessoas. Embora o país tenha chegado a um acordo de paz formal há quase três anos, conflitos violentos estão surgindo em certas partes do país.

Segundo o Programa Alimentar Mundial, a crescente violência e quatro anos de inundações sem precedentes contribuíram para os 2 milhões de pessoas deslocadas em todo o Sudão do Sul.

O Programa Alimentar Mundial disse que a insegurança alimentar no país também continua a aumentar, já que o Sudão do Sul enfrenta seu ano de maior fome desde a sua independência em 2011.

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