Joe Biden, o segundo presidente católico da história dos EUA, disse que o aborto "é um direito que acreditamos que deve ser codificado em uma lei, e estamos comprometidos em defendê-lo com todas as ferramentas que temos".

Biden transmitiu essa mensagem no dia 22 de janeiro em comemoração ao 49º aniversário da decisão da Suprema Corte em Roe x Wade, que liberou o aborto nos EUA.

Na mensagem, Biden reclamou que “o direito constitucional estabelecido em Roe x Wade há quase 50 anos, hoje está sob ataque como nunca antes". No mesmo dia, dezenas de milhares de americanos se reuniram em defesa da vida em Washington, DC.

O caso Roe x Wade é uma farsa. Norma McCorvey, a “Jane Roe” no caso que foi à Suprema Corte em 1973, disse ter engravidado num estupro. Anos depois ela admitiu que era mentira e acusou defensores da legalização do aborto de a terem manipulado. Não houve o aborto. Enquanto o caso estava sendo julgado, a bebê nasceu e foi entregue para adoção

Norma McCorvey converteu-se ao catolicismo e dedicou-se à defesa da vida desde a concepção. Morreu em 18 de fevereiro de 2017.

A ameaça a Roe x Wade a que Biden se referiu é por causa do caso Dobbs x Jackson Women's Health Organization, sobre uma lei estadual do Mississippi que restringe a maioria dos abortos depois da 15ª semana de gravidez.

Uma decisão favorável à lei pró-vida do Mississippi pode afetar as sentenças de Roe x Wade, de 1973, e Planned Parenthood x Casey de 1992, em que a Suprema Corte reafirmou a primeira decisão e estabeleceu que "um Estado não pode proibir qualquer mulher de tomar a decisão final de interromper sua gravidez antes de sua viabilidade".

Nos EUA, um bebê é considerado "viável" fora do útero por volta das 24 semanas de gestação, embora nos últimos anos os bebês nascidos com cerca de 21 semanas de gestação tenham sobrevivido.

Biden, que se proclama católico e recebe a eucaristia mesmo defendendo o aborto, gerou duras críticas de alguns bispos da Igreja Católica nos EUA e em outras partes do mundo.

Em outubro de 2021, o arcebispo de Kansas City e presidente do Comitê de Atividades Pró-Vida da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, dom Joseph Naumann, expressou sua decepção com o presidente Joe Biden, e exigiu que ele atue como o "católico devoto" que afirma ser.

Biden se encontrou com o papa Francisco no final de outubro de 2021 e disse que Francisco o autorizou a continuar recebendo a comunhão. A Santa Sé nunca comentou a afirmação.

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