Os cristãos na Índia celebram hoje, 25, o “Dia da Memória” para recordar todos os fiéis assassinados e violentados, o que ocorreu em 2007 e em 2008 no estado de Orissa.

Neste aniversário, assinalou a Agência Fides, o Fórum Cristão Sambalpur enviou um memorando ao governador de Orissa, S.C. Jamir, através do qual solicitam um maior respeito aos direitos dos cristãos na região.

O texto indica que “nós, seguidores de Cristo, somos compassivos, amáveis, humildes: pedimos que se garanta a paz, a segurança e a proteção das minorias cristãs em Orissa” e agradece às autoridades por “vigiarem para que a lei seja cumprida, garantindo a paz e a segurança à comunidade cristã durante os últimos anos”.

O massacre de 2007 e 2008

O Prova litográfica anual 2008 de All Índia Christian Council (AICC) assinalou que “esse foi um ano horrível”, para os cristãos na Índia, pois foram submetidos a fortes tipos de violência e ataques; e qualificou como “limpeza étnica” e “fruto de um terrorismo de sinal hindu” a constante perseguição então na Orissa.

No final de 2007 e no começo de 2008, extremistas hindus se encarniçaram com a comunidade cristã: destruíram 105 igrejas, mataram 9 cristãos, assaltaram e estupraram muitas mulheres, queimaram 730 casas e danificaram 40 comércios.

A segunda fase do massacre começou no dia 23 de agosto de 2008: os extremistas hindus mataram 120 cristãos entre os quais havia um sacerdote, destruíram 4.640 casas, eliminaram a presença cristã de 315 povoados, destruíram 250 lugares de culto e roubaram 13 escolas. Como consequência disto, mais de 54 mil pessoas foram refugiadas.

Em agosto de 2008, em declarações à L’Osservatore Romano, o Arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar (Orissa, Índia), Dom Raphael Cheenath, explicou que “nós somos cristãos, especialmente por sermos católicos, somos perseguidos sobretudo devido a nosso esforço social a favor dos pobres”.

“Nós somos católicos e nunca fizemos proselitismo, mas sempre buscamos dar um bom exemplo nas obras assistenciais. Acho que para estes grupos (extremistas hindus) que começaram o massacre, nossa aproximação caridosa é uma culpa imperdoável”, disse o Prelado.

Sobre o massacre no final de 2007 e no começo de 2008, o Arcebispo disse que “nesse momento a raiva dos extremistas causou a destruição dos bens dos católicos, mas agora é um ataque direto contra as pessoas. (…) Imploro a Deus que tudo isto termine logo e se volte à razão”.

O Prelado indiano disse ainda que “os católicos em Orissa são uma pequena comunidade, cerca de 1% da população. Todos nossos fiéis apoiam uma convivência pacífica com os que pertencem a outros credos e têm, quando é possível, boas relações com os vizinhos hindus”.

A situação atual

A Agência Fides assinala que a situação inter-religiosa no estado de Orissa atualmente está sob controle, mas continua sendo necessária a vigilância, sobretudo no controle dos grupos extremistas hindus.

Durante os últimos meses, as organizações civis e as igrejas cristãs conseguiram que as autoridades proíbam que o líder extremista hindu Pravin Togadia, da organização “Vishva Hindu Parishad (VHP - Conselho Mundial Hindu), entre no distrito de Kandhamal.

Temem que os discursos de Togadia causem novos atos de violência. Normalmente Togadia visitava esta zona em 2008, especialmente, na véspera da violência anticristã.