O cardeal Baltazar Porras, arcebispo de Mérida e administrador apostólico de Caracas, disse que a Igreja na Venezuela pode facilitar o diálogo entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição, liderada por Juan Guaidó, para superar a grave crise que o país sofre atualmente.

Em maio deste ano, Guaidó se disse disposto a negociar com o governo de Maduro um “acordo de salvação nacional” para superar a crise social, política, econômica e sanitária na qual a Venezuela está mergulhada. Milhões de venezuelanos já emigraram para Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Peru, Chile e Argentina.

Guaidó quer eleições “livres” e “justas” e a libertação dos presos políticos. O governo nega a existência de presos políticos e afirma que o motivo de todas as detenções foi a prática de crimes.

Nicolás Maduro diz estar pronto para se reunir-se com “toda a oposição”, mas exige que as sanções internacionais sejam levantadas antes de iniciar o diálogo.

Guaidó informou que uma delegação opositora antichavista iniciou, no dia 18 de junho, uma viagem internacional para tentar a suspenção de sanções se houver a possibilidade de um acordo.

“Como sempre, o nosso papel não tem que ser de mediador, mas sim de facilitador”, disse o cardeal em entrevista concedida à Unión Radio e publicada pela agência Efe.

Para o arcebispo, o diálogo não deve enfocar os problemas, mas no incentivo à vontade política de definir “o que queremos e para onde queremos ir”.

O diálogo “não pode ser simplesmente com panos quentes, que não solucionam o problema. Estamos diante de uma conscientização internacional sobre a necessidade de que haja uma série de liberdades fundamentais, para que seja possível a negociação das sanções e a abertura de muitas coisas que precisamos”, afirmou o cardeal.

O cardeal também falou sobre a importância da recuperação de um “mínimo de confiança” para que possa haver investimento estrangeiro na Venezuela.

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