O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, enviou uma carta para a vice-presidente do governo espanhol, Carmen Calvo, na qual destaca que o Vaticano "não se opõe à exumação" de Francisco Franco do Vale dos Caídos.

"Parolin enviou uma carta à vice-presidente do governo espanhol na qual reafirma a posição da Igreja, isto é, que não se opõe à exumação dos restos mortais de Francisco Franco", assegurou Alessandro Gisotti, porta-voz interino da Santa Sé, à agência EFE.

Por sua vez, o porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) e Bispo Auxiliar de Valladolid, Dom Luis Argüello, disse à emissora de rádio Cope que na carta "o secretário de Estado diz novamente o que disse em outubro, quando teve que responder algumas declarações da vice-presidente do governo".

Em 5 de janeiro, Gisotti reiterou que a exumação dos restos mortais de Franco é um assunto que concerne à família, ao governo de Pedro Sánchez e à Igreja na Espanha.

Em 15 de fevereiro, o governo aprovou a ordem de exumação dos restos mortais, sepultados no monumento do Vale dos Caídos, com uma fórmula para superar a oposição da família.

Dom Argüello disse na entrevista que, “se o ordenamento jurídico for cumprido e com a decisão das autoridades competentes”, a Igreja "não se opõe", o que é diferente de dizer que "a Igreja apoia a exumação".

Nesse sentido, o Prelado ressaltou mais uma vez a importância de que haja um acordo entre o governo e a família do ditador e, caso isso não ocorra, "as autoridades judiciais terão que dirimir a decisão final".

Segundo a agência EFE, atualmente existem sete parentes vivos de Franco que devem decidir o local onde os restos seriam enterrados, 44 anos após sua morte.

O lugar proposto inicialmente foi a Catedral de Almudena, de Madri, já que a família tem um sepulcro. Mas isso foi descartado depois que o executivo alegou possíveis problemas de ordem pública.

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