A Comissão Executiva da Conferência Episcopal Argentina (CEA) informou que colocará à disposição da Justiça, como o Papa Francisco pediu, mais de 100 atas de batismos realizados na capela Stella Maris da Escola Superior de Mecânica da Marinha, durante a ditadura militar.

Trata-se de 127 atas batismais da capela Stella Maris da Escola Superior de Mecânica da Marinha, onde funcionou um dos maiores centros clandestinos de detenção durante a ditadura cívico-militar entre 1976 e 1983.

Os registros foram descobertos recentemente na Diocese Militar e serão entregues ao juiz federal Sergio Gabriel Torres e ao Procurador Geral Pablo Parenti.

“Compartilhando o sentimento e o desejo do Santo Padre, a Conferência Episcopal Argentina coloca à disposição da Justiça todas as informações registradas na documentação mencionada anteriormente, em continuidade com os trabalhos desta Conferência ante os requerimentos da Justiça nos últimos anos”, sublinhou a comissão em comunicado.

Do mesmo modo, sublinhou que “estas atas podem estar ao alcance de organismos de direitos humanos conhecidos e pesquisadores de várias áreas acadêmicas”.

“Acreditamos firmemente que a Igreja deve maximizar seus esforços para contribuir com o caminho da memória, da verdade e da justiça em todas as áreas, especialmente ante a gravidade dos crimes contra a humanidade perpetrados sob o Terrorismo de Estado”, assinala a carta.

A Comissão Executiva da CEA também enfatizou o “compromisso de informar imediatamente à autoridade judicial aqueles dados e informações que podem surgir no futuro”.

De acordo com a Agência Nacional de Notícias da Argentina ‘Télam’, em janeiro deste ano, o Papa Francisco autorizou a publicação dos registros de batismo da capela, quando se reuniu com o bispo Castrense, Dom Santiago Olivera.

Também com a autorização do Santo Padre, em outubro de 2016, o Vaticano iniciou um sistema para que os familiares das pessoas presas ou desaparecidas possam acessar os arquivos da Santa Sé acerca da ditadura na Argentina.

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