Neste dia 4 de abril, completam-se 101 anos do falecimento de um dos videntes de Nossa Senhora de Fátima, São Francisco Marto, o qual, após as aparições, dedicou-se a consolar o coração de Jesus. Para marcar a data, será celebrada uma Missa à porta fechada no Santuário de Fátima, transmitida pelos meios de comunicação.

Devido à quarentena pelo coronavírus, o Santuário de Fátima informou que o centésimo primeiro aniversário de falecimento de São Francisco Marto será assinalado com a Missa sem a presença dos fiéis na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, às 17h30 (hora local), a qual poderá ser acompanhada pelo site www.fatima.pt, bem como pelo canal de Youtube do Santuário e na página de Facebook.

Na celebração, indicam, "serão recordados a vida e os traços da espiritualidade do pequeno vidente de Fátima através de uma leitura de um excerto da Quarta Memória, escrita por sua prima, Irmã Lúcia de Jesus".

Além disso, o Santuário considera que marcar esta data, no ano em que também se recorda o centenário demorte de sua irmã, Santa Jacinta Marto (comemorado em 20 de fevereiro), é "assinalar o seu segundo nascimento, o nascimento definitivo para o absoluto".

Francisco Marto nasceu em 11 de junho de 1908 e foi batizado em 20 de junho na Igreja Paroquial de Fátima. Com apenas 8 anos, começou a pastorear o rebanho de seus pais junto com sua irmã, Jacinta Marto, na região da Cova da Iria.

Neste local, os dois e sua prima Lúcia testemunharam as aparições da Nossa Senhora, entre maio e outubro de 1917, quando a Virgem lhes transmitiu uma mensagem de penitência e conversão.

Logo depois das aparições, Jacinta e Francisco seguiram sua vida normal. Lúcia foi para a escola, tal como pediu a Virgem, e era acompanhada por seus primos. No caminho, passavam pela Igreja e saudavam Jesus Eucarístico.

Francisco, sabendo que não viveria muito tempo e levado pelo desejo de consolar o coração de Jesus, dizia: “Vão vocês ao colégio, eu ficarei aqui com o Jesus Escondido”. Ao sair do colégio, as meninas o encontravam o mais perto possível do Tabernáculo e em recolhimento.

O pequeno Francisco era o mais contemplativo e queria consolar Deus, tão ofendido pelos pecados da humanidade. Em uma ocasião, Lúcia lhe perguntou: “Francisco, o que prefere, consolar o Senhor ou converter os pecadores?”. Ele respondeu: “Eu prefiro consolar o Senhor”.

“Não viu que triste estava Nossa Senhora quando nos disse que os homens não devem ofender mais o Senhor, que já está tão ofendido? Eu gostaria de consolar o Senhor e, depois, converter os pecadores para que eles não ofendam mais ao Senhor”. E continuou: “Logo estarei no céu. E quando chegar, vou consolar muito Nosso Senhor e Nossa Senhora”.

Em 18 de outubro de 1918, Francisco adoeceu, vítima da gripe pneumônica, conhecida como gripe espanhola, que assolou Portugal, causando a morte de dezenas de milhares de pessoas.

No ano seguinte, em 2 de abril, Francisco se confessou e recebeu a comunhão pela última vez “com uma grande lucidez e piedade”, como escreve o pároco de Fátima no Livro de Óbitos, ao registar a sua morte, em 4 de abril. “E confirmou que tinha visto uma Senhora na Cova da Iria e Valinho”, acrescentou o sacerdote.

O corpo do pequeno Francisco foi sepultado no cemitério de Fátima, de onde seus restos foram exumados em 17 de fevereiro de 1952 e transladados para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em 13 de março de 1952, onde se encontra atualmente.

Francisco Marto foi canonizado juntamente com sua irmã Jacinta Marto pelo Papa Francisco, em 13 de maio de 2017, no marco das comemorações do centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima.

A canonização se deu após o Pontífice aprovar o decreto que reconheceu o milagre por intercessão dos pastorinhos do menino brasileiro Lucas, após ter caído de uma janela a 6,5 metros de altura e ter ficado em coma.

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