FLORIDA, 30 mar. 22 / 02:22 pm (ACI).- O governador da Flórida, EUA, Ron DeSantis, aprovou em 28 de março a lei "Direitos dos pais na educação", conhecida por seus críticos como "Não diga gay" (Don’t say gay). A lei proíbe a doutrinação de crianças na escola com ideologia de gênero, corrente que considera que o sexo de cada pessoa é uma questão sociocultural ou de autopercepção, e não biológica.
DeSantis disse que esta lei “garante que os pais possam enviar seus filhos à educação infantil sem serem doutrinados na ideologia de gênero”.
“Continuaremos reconhecendo que, no estado da Flórida, os pais têm um papel fundamental na educação, saúde e bem-estar de seus filhos”, afirmou o governador. “Não vamos mudar isso. Não estou interessado no que diz a grande mídia, no que diz Hollywood, não estou interessado no que dizem as grandes corporações. Estou aqui e não vou recuar", disse.
O governador fez essa declaração depois que o CEO da Disney, Bob Chapek, pediu desculpas aos funcionários de sua empresa e da Pixar, por seu silêncio diante das críticas à lei, no momento em que a empresa anuncia para junho deste ano a estreia do filme de animação "Lightyear", um spin-off de Toy Story.
Chapek também anunciou que doará 5 milhões de dólares ao lobby LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros).
A Disney tinha decidido retirar um beijo lésbico entre duas personagens femininas do filme, mas devido às reivindicações de alguns funcionários, optou-por mantê-lo.
Em 28 de março, dia em que DeSantis assinou a lei, a Disney divulgou um comunicado dizendo que a lei "nunca deveria ter sido aprovada e nunca deveria ter sido assinada".
"Nosso objetivo como empresa é que a lei seja derrubada na legislatura ou interrompida nos tribunais, enquanto seguimos comprometidos em apoiar nações e Estados que trabalham para conseguir isso", acrescentou o comunicado.
“Dedicamo-nos a defender os direitos e a segurança dos membros LGBTQ+ da família Disney, bem como da comunidade LGBTQ+ na Flórida e em todo o país”, concluiu o texto.
Na terça-feira, 29 de março, o governador da Flórida criticou a declaração da Disney, dizendo que "isso é fundamentalmente desonesto e já passou dos limites".
The state of Florida is governed according to the interests of the people, not according to the political posturing of corporate executives in California.
We will never allow corporate influence to repeal the substantive rights of parents in our state. pic.twitter.com/vEDEKekcaH
— Ron DeSantis (@GovRonDeSantis) March 29, 2022
"Este Estado é governado pelos interesses do povo do Estado da Flórida", disse.
A Flórida, concluiu DeSantis, “não é conduzida pelas exigências dos executivos de corporações da Califórnia. Eles não dirigem nem controlam este Estado".
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— ACI Digital (@acidigital) March 29, 2022
Etiquetas: Estados Unidos, crianças, ideologia de gênero, Flórida