O governador da Flórida, EUA, Ron DeSantis, aprovou em 28 de março a lei "Direitos dos pais na educação", conhecida por seus críticos como "Não diga gay" (Don’t say gay). A lei proíbe a doutrinação de crianças na escola com ideologia de gênero, corrente que considera que o sexo de cada pessoa é uma questão sociocultural ou de autopercepção, e não biológica.

DeSantis disse que esta lei “garante que os pais possam enviar seus filhos à educação infantil sem serem doutrinados na ideologia de gênero”.

“Continuaremos reconhecendo que, no estado da Flórida, os pais têm um papel fundamental na educação, saúde e bem-estar de seus filhos”, afirmou o governador. “Não vamos mudar isso. Não estou interessado no que diz a grande mídia, no que diz Hollywood, não estou interessado no que dizem as grandes corporações. Estou aqui e não vou recuar", disse.

O governador fez essa declaração depois que o CEO da Disney, Bob Chapek, pediu desculpas aos funcionários de sua empresa e da Pixar, por seu silêncio diante das críticas à lei, no momento em que a empresa anuncia para junho deste ano a estreia do filme de animação "Lightyear", um spin-off de Toy Story.

Chapek também anunciou que doará 5 milhões de dólares ao lobby LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros).

A Disney tinha decidido retirar um beijo lésbico entre duas personagens femininas do filme, mas devido às reivindicações de alguns funcionários, optou-por mantê-lo.

Em 28 de março, dia em que DeSantis assinou a lei, a Disney divulgou um comunicado dizendo que a lei "nunca deveria ter sido aprovada e nunca deveria ter sido assinada".

"Nosso objetivo como empresa é que a lei seja derrubada na legislatura ou interrompida nos tribunais, enquanto seguimos comprometidos em apoiar nações e Estados que trabalham para conseguir isso", acrescentou o comunicado.

“Dedicamo-nos a defender os direitos e a segurança dos membros LGBTQ+ da família Disney, bem como da comunidade LGBTQ+ na Flórida e em todo o país”, concluiu o texto.

Na terça-feira, 29 de março, o governador da Flórida criticou a declaração da Disney, dizendo que "isso é fundamentalmente desonesto e já passou dos limites".

"Este Estado é governado pelos interesses do povo do Estado da Flórida", disse.

A Flórida, concluiu DeSantis, “não é conduzida pelas exigências dos executivos de corporações da Califórnia. Eles não dirigem nem controlam este Estado".

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