A pressão islâmica contra as comunidades cristãs em muitos países africanos é uma realidade crescente. O aparecimento de grupos terroristas vinculados ao Estado Islâmico e à Al Qaeda aumentaram muito os episódios de violência.

Para ajudar cristãos africanos, a Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) lançou uma campanha para financiar projetos em cinco países durante a Quaresma: Moçambique, Burkina Faso, Níger, Mauritânia e Nigéria.

 

Moçambique

Num comunicado divulgado pela ACN, explica-se que “nos últimos meses no norte de Moçambique a situação dos cristãos tornou-se dramática devido à espiral de violência desencadeada pelos extremistas islâmicos”.

Mais de 500 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas e buscaram refúgio no território da diocese de Pemba. "Há muitas feridas para curar, desde a perda de entes queridos até a destruição do lar.”

A ACN iniciou uma campanha de arrecadação de fundos para enviar aos sacerdotes e religiosas desta diocese de Pemba, para que possam ajudar os refugiados internos com comida e remédios.

Burkina Faso e Níger

Na região do Sahel, uma faixa árida que atravessa a África de Leste a Oeste e que marca a fronteira geográfica entre a África tropical e o Saara, os grupos terroristas jihadistas encontraram refúgio e vêm agindo impunemente nas últimas décadas.

As condições geográficas e climáticas extremas, junto com a incapacidade dos Estados para controlar estas zonas de grande extensão e pouca população, têm favorecido o estabelecimento desse “santuário” para grupos como a Al Qaeda ou o Estado Islâmico.

Em Burkina Faso e Níger há milhares de cristãos vítimas de extremistas islâmicos. Nessas condições de violência e discriminação, os presbíteros devem realizar não só um trabalho pastoral, mas também humanitário.

Diante desta situação, a ACN apoia a iniciativa “Fraternidade Sacerdotal dos Sacerdotes Africanos”, que visa promover a atividade missionária em um território marcado pela violência.

Em Burkina Faso, 36 religiosas de diferentes Congregações da Diocese de Fada N'Gourma oferecem assistência a milhares de cristãos que são alvos dos jihadistas.

Como explica o comunicado da ACN, “as religiosas visitam regularmente as famílias, ajudando especialmente as mães, procurando garantir aos doentes o acesso aos medicamentos e ensinando os fundamentos da doutrina católica às crianças expostas a experiências traumáticas”.

Mauritânia

Na Mauritânia, “as religiosas trabalham numa realidade quase totalmente islâmica, apoiando famílias e, em particular, as mais frágeis, também nas situações mais dramáticas”.

ACN oferece uma ajuda fundamental a essas freiras e, por meio delas, também às comunidades que se beneficiam com seu trabalho.

Nigéria

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Se há um grupo terrorista que apareceu na mídia nos últimos anos, esse grupo é o Boko Haram. Sua brutalidade e sua estratégia baseada no sequestro de meninas para vendê-las como escravas horrorizaram o mundo.

Em Bauchi, no norte do país, os cristãos, que representam apenas 3% da população, são os mais afetados pelo terrorismo do Boko Haram.

Para acabar com a resistência dos cristãos, Boko Haram se concentrou em destruir as igrejas.

No entanto, os cristãos locais são persistentes e não só não aceitaram a chantagem dos extremistas, mas inclusive reconstruíram as igrejas destruídas. ACN está ajudando a reconstruir a Igreja de São Pedro em Bauchi, destruída em um ataque em 2018.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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