Uma freira americana de 83 anos, sequestrada desde abril em Burkina Faso, no continente africano, foi libertada.

Irmã Suellen Tennyson, natural de Nova Orleans, EUA, é missionária no norte de Burkina Faso desde 2014. Ela foi sequestrada por homens armados em 5 de abril da casa que dividia com outras duas integrantes de sua congregação, as Marianitas da Santa Cruz.

Ela foi sequestrada sem sapatos e também não pôde levar seus óculos e remédios para pressão alta.

Burkina Faso, um país de 21 milhões de pessoas na África Ocidental, viu o terrorismo islâmico crescer, especialmente desde 2016.

Os relatos de ataques de homens armados contra cristãos são numerosos. Em meados de maio de 2019, um grupo de criminosos incendiou uma igreja católica durante a missa dominical, matando pelo menos seis pessoas, incluindo um padre.

No dia seguinte, quatro outros católicos foram mortos a tiros. Um padre católico que estava desaparecido desde janeiro de 2021 em Burkina Faso foi encontrado morto na floresta.

Um golpe de estado militar tomou o poder no país em janeiro deste ano, e o novo presidente enfatizou a importância de restabelecer a segurança.

Em fevereiro, no seminário menor de Saint Kisito, em Bougui, homens armados queimaram dois quartos, uma sala de aula, um veículo e destruíram um crucifixo.

Irmã Ann Lacour, atual líder da congregação Marianitas da Santa Cruz, anunciou anteontem (30) que Irmã Suellen está segura e nas mãos das autoridades americanas.

O FBI havia emitido um boletim de pessoa desaparecida para encontrar a localização da freira, mas até esta semana não havia notícias sobre sua situação.

"Ela está segura", disse a irmã Lacour ao Clarion Herald, o jornal da arquidiocese de Nova Orleans.

“Ela está em solo americano, mas não nos EUA. Ela está segura. Ela foi resgatada de manhã (segunda-feira)”. Uma base militar ou uma instalação diplomática dis EUA, por exemplo, são solo americano, ainda que não nos EUA.

“Nós conversamos com ela. Em breve voltará aos EUA”, acrescentou.

Em 31 de agosto, dom Théophile Nare, bispo de Kaya, Burkina Faso, publicou um comunicado dizendo que irmã Suellen está atualmente "em um lugar seguro e com boa saúde", segundo a BBC.

A congregação de freiras pediu que as orações continuem pela recuperação da irmã Suellen e pediu privacidade até que ela esteja pronta para falar publicamente.

“Somos muito gratas por todas as orações e apoio nestes cinco meses. Agora pedimos suas orações pela renovação completa do corpo, mente e espírito de Suellen", disse ontem (31) a congregação em uma publicação no Facebook.

“Ela pediu privacidade – por favor, respeitem a necessidade de tempo dela e deixem que ela busque vocês quando estiver pronta. Que o fato de ela estar segura seja o seu conforto... Deus faz grandes coisas por nós!”, acrescentaram.

Embora três irmãs marianitas morassem na casa em Burkina Faso na época, Suellen Tennyson foi a única sequestrada durante o ataque dos criminosos. A irmã Pauline Drouin, enfermeira de Quebec, Canadá, e a irmã Pascaline Tougma, de Burkina Faso, não ficaram feridas.

A irmã Ann Lacour acredita que os criminosos poderiam estar procurando dinheiro e remédios.

As autoridades dos EUA garantiram às freiras que o resgate da irmã Suellen era um "caso de alta prioridade".

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O exército dos EUA revelou na terça-feira (30) que as forças de operações especiais norte-americanas recuperaram uma pessoa sequestrada no continente africano ou perto dele, mas ainda não há confirmação de que forças norte-americanas tenham participado do resgate da freira.

As Irmãs Marianitas da Santa Cruz foram fundadas em 1838 pelo beato padre Basile Moreau, e têm cerca de 140 membros em todo o mundo. Cerca de 40 estão em Nova Orleans.

A irmã Suellen Tennyson foi a líder internacional da congregação até 2012.

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