A ONG Manuela Ramos, uma das maiores e mais antigas plataformas feministas do Peru, admitiu que não defende "todas as mulheres", em um tuíte dirigido à ativista pró-vida peruana Giuliana Calambrogio.

"Aproveitamos este tuíte para esclarecer: não devemos a sororidade a todas as mulheres, muito menos àquelas que validam um sistema machista e patriarcal. #FinDelComunicado", disse Manuela Ramos em um tuíte no dia 10 de maio.

 

Em português, “sororidade”, segundo o dicionário Houaiss, significa “sentimento de irmandade, coletividade, união entre mulheres; conjunto de sentimentos e opiniões que as mulheres partilham como grupo”. Em espanhol, segundo a Real Academia Espanhola, o termo define" a relação de solidariedade entre as mulheres, especialmente na luta pelo seu empoderamento".

A resposta de Manuela Ramos veio em uma troca de palavras com Calambrogio.

A líder pró-vida questionou a ONG feminista por criticar a eleição da advogada Luz Pacheco como magistrada do Tribunal Constitucional do Peru (TC).

Pacheco, eleita pelo Congresso peruano em 10 de maio, é doutora em Direito pela Universidade de Navarra, leciona na Universidade de Piura e em junho de 2021 disse durante um evento acadêmico que faz parte da Opus Dei.

"Luz Pacheco é eleita nova membro do Tribunal Constitucional. A candidata é próxima a Opus Dei e tem se mostrado contra regular o feminicídio #NoALaRepartija", escreveu Manuela Ramos.

Em resposta, Calambrogio escreveu: "Onde fica que, por ser mulheres, devemos ter sororidade? São assim ou mais hipócritas as ONGs feministas que dizem apoiar as mulheres”.

A ONG respondeu imediatamente e revelou que não apoiava "todas as mulheres".

Calambrogio disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em 11 de maio que "o desespero que essas ONGs pró-aborto estão sentindo foi evidente ontem, porque sabem que provavelmente estão perdendo uma das instituições mais importantes do país, como é o TC".

"Em sua perversa ideologia sectária, que defende apenas mulheres que pensam como elas, elas são incapazes de ver que outra mulher bem sucedida, com seus próprios méritos, pode ser membro da mais alta corte do Peru", disse ela.

Além disso, a líder pró-vida disse, "em seu desespero lançam um tuíte no qual revelam que não estão interessadas nas mulheres, mas somente nas mulheres que pensam como elas e que as sustentarão e manterão seus negócios".

Em 10 de maio, após a eleição dos seis novos membros do TC no Peru, vários políticos, jornalistas e organizações de esquerda rejeitaram as nomeações para o Congresso e descreveram os novos magistrados como "de tendência conservadora".

Confira também:

Mais em