Buenos Aires, 19 de ago de 2015 às 14:30
No último sábado, 15, faleceu o Pe. Berislao Ostojic OFM, sacerdote pertencente ao instituto dos Missionários Franciscanos Croatas. O sacerdote foi confessor do então Cardeal Jorge Mario Bergoglio –hoje Papa Francisco– durante seus últimos anos como Arcebispo de Buenos Aires na Argentina.
Segundo seus companheiros, o Pe. Ostojic "morreu bem preparado para o momento". Antes de expirar, no dia da Assunção da Virgem Maria, o religioso pronunciou em croata “Virgem Santíssima ajuda-me”.
No domingo, 16, a partir das 10:00 da manhã começou o velório do sacerdote. A Missa de corpo estava programada para o dia 17 de agosto no Instituto Cardeal Stepinac.
O Papa na visão de seu confessor
A agência AICA assinala que, há um tempo, Através de um portal croata em Buenos Aires divulgaram uma carta que o sacerdote franciscano enviou ao seu irmão Mario Marcos, nascido na Argentina, mas que atualmente vive em Zagreb, Croácia. Nesta carta, o sacerdote oferecia uma visão especial do Papa Francisco.
Entre outras coisas, Frei Berislao dizia que os meios de imprensa do mundo “cantam louvores ao novo Papa”, entretanto recomendava evitar "tantos entusiasmos ingênuos”, pois “a experiência nos ensina que, com frequência, quem hoje exalta, amanhã, por razões ideológicas, com boas intenções o localizam na vereda oposta”.
Frei Berislao acrecentava: “basta pensar o que acontecerá quando o Santo Padre reafirme o valor de toda vida humana e pronuncie um claro NÃO ao aborto, e o que se dirá então quando ratificar o matrimônio entre um homem e uma mulher” entre outros temas importantes.
Então “muitos entusiastas superficiais mudarão de rumo, e ele lhes fará sentir o peso da cruz que não se negocia em detrimento com a verdade do Evangelho”.
Em outro parágrafo se referia ao seu pedido permanente de rezar por ele. Nesta singela petição, dizia o Pe. Ostojic, “contém seu conceito da autoridade, que é serviço, e como está em contato com a realidade e não vive de fantasias, pois sabe muito bem que o tentador não dorme e que os tesouros de graça se levam em vasos de barro. Isto é um simples realismo humano e espiritual”.
Quando perguntaram ao frei franciscano de onde vem a audácia dos gestos e a alegria do serviço do então Cardeal Bergoglio”, explicava que “desde minha percepção pessoal isto é simples. A coluna vertebral, a partir da qual se articulam os gestos e as palavras, terá que procurá-la e reconhece-la em sua atitude de oração, na capacidade de estar frente ao sacrário e estar em intimidade com Cristo, estas são riquezas com as quais Jesus enche os corações que se abrem a Ele para que os ilumine e os fortaleça”.
Frei Ostojic relatava que o então Cardeal Bergoglio, na homilia que pronunciou na consagração do Bispo Dom Hugo Salaberry, também jesuíta, ao mencionar as dificuldades que se apresentariam em sua vida como bispo, “quando tudo parece escuro”, o encorajava: “então, aprende a colocar-te de joelhos ante o sacrário. Pois Jesus, jamais defrauda”.