O novo grupo ‘Suma de Atores Sociais’ (SUMAS) fez um apelo à "resistência civil" no México, ante as políticas em favor do aborto, da ideologia de gênero e das drogas do partido Morena, de Andrés Manuel López Obrador, presidente eleito do México.

SUMAS foi apresentado em 6 de novembro na Cidade do México e agrupa mais de 700 organizações em todo o país.

Em entrevista ao Grupo ACI, Juan Dabdoub Giacoman, presidente do Conselho Mexicano da Família (ConFamilia) e membro fundador de SUMAS, explicou que este grupo procura "reunir o maior número possível de associações que estejam dispostas a lutar para defender a vida, a família e a liberdade dos mexicanos".

Dabdoub Giacoman denunciou uma "ofensiva ideológica" da equipe de governo de López Obrador e seus parlamentares, que buscam "impulsionar esta agenda completamente liberal, através da qual pretendem aprovar o aborto, a maconha, o casamento homossexual e a eutanásia".

López Obrador ganhou a eleição presidencial mexicana em 1º de julho deste ano, com 53% dos votos válidos, e assumirá o cargo em 1º de dezembro.

O Partido de López Obrador, Morena, teve a maioria de votos nas duas câmaras do Congresso da União. Os novos parlamentares assumiram seus cargos em 1º de setembro.

Os deputados de Morena apresentaram iniciativas para legalizar o aborto em todo o país, bem como para proibir as terapias reconversão sexual, sancionando com penas até a prisão todo aquele que as defenda.

Olga Sánchez Cordero, senadora do partido Morena e anunciada como próxima titular da secretaria de Governo (ministério do Interior), assegurou nos últimos meses que promoverá a legalização do aborto, das drogas e a "morte digna", considerada pelos críticos como uma eutanásia disfarçada.

Dabdoub Giacoman assinalou que SUMAS exige de López Obrador "que se defina com claridade, porque até agora todas estas declarações foram dos seus colaboradores ou dos seus representantes legislativos, mas ele se manteve em silêncio".

Disse que SUMAS conta com membros “de diversos credos religiosos. Todo o mundo é bem-vindo enquanto tiverem as mesmas convicções em relação à vida, à família e à defesa da liberdade”.

Por sua parte, Arturo Segovia Flores, presidente do Conselho Veracruzano ‘Más Vida e Más Família’, disse ao Grupo ACI que as organizações que fazem parte do novo grupo não são apenas plataformas em defesa da vida e da família, mas, "em sua maioria, organizações produtivas, sociedades de produção rural, organizações, ONGs, que não necessariamente estão relacionadas com o tema, mas surgem do silêncio e do sofrimento".

Segundo Segovia Flores, as medidas anunciadas por membros do partido de López Obrador fazem parte de uma "ação perversa" que em "menos de 30 dias gera uma agenda que tem uma data precisa para poder acabar com a família no México e para suprimir a vida humana".

A sociedade mexicana, assegurou, "está em guerra" contra esta agenda. "Por isso estamos convidando a uma resistência a partir deste momento, porque não vamos deixar isso acontecer", disse.

Por sua parte, Pedro Novo, da plataforma ‘Ciudadano Gobernante’, disse que é um "absurdo" que o grupo político de López Obrador fale de pacificação do país "promovendo um genocídio, a violência máxima que um país pode exercer sobre a sua população".

"Se não temos garantido o direito à vida, não podemos querer nenhum outro direito", sublinhou.

Novo assinalou que, embora López Obrador tenha recebido a maioria de votos para chegar à presidência, "também não é um cheque em branco".

Além disso, explicou que é necessário reformar as leis mexicanas para "empoderar o cidadão, para que governe sobre seus funcionários públicos. Deste modo, ele é um ditador e nós continuaremos sendo servos submetidos".

"Como não existem leis que obriguem os candidatos a cumprir as suas promessas de campanha, chegam ao posto e se convertem em ditadores", criticou.

Além disso, Novo denunciou que no México "há grupos de esquerda que há muito tempo estiveram sob a proteção do poder público, avançando na sua agenda. Na Cidade do México, há algum tempo, impuseram uma série de leis que permitem o genocídio dos inocentes, dos mais indefesos".

Em 2007, sob o governo de Marcelo Ebrard, do Partido da Revolução Democrática (PRD), despenalizaram o aborto livre até 12 semanas de gestação na Cidade do México.

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Para Pedro Novo, a chave é agir agora diante da agenda do aborto e da ideologia de gênero, porque "os nossos filhos e netos virão atrás de nós, nos perguntarão por que não fizemos o que deveríamos fazer neste momento".

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