Mackenzie Scott, ex-mulher de Jeff Bezos, dono da Amazon, doou milhões de dólares à Faith in Public (Fé em público), uma organização multi-religiosa que combina uma visão política progressista com críticas a instituições católicas.

A reverenda Jennifer Butler, CEO da Faith in Public Life disse que a doação feita por Mckenzie foi “um significativo e multimilionário dom.” Butler é pastora presbiteriana e dirigiu o Conselho de Fé e Parcerias de Bairro de 2015 a 2016, durante o governo do então presidente Barack Obama. Segundo ela, a doação foi “transformadora”. A organização disse que nos últimos anos triplicou seu quadro de funcionários, quadruplicou seu orçamento e estabeleceu escritórios permanentes em “vários Estados que são campos de batalha” para “lutar contra o nacionalismo cristão e a direita religiosa”.

Scott trabalhou com Bezos na Amazon no início da operação da empresa. O casal se separou em 2019 e ela recebeu uma participação na empresa que, na época, valia US$ 38 bilhões. Com o crescimento da Amazon durante a pandemia de covid-19, a parte de Scott vale hoje US$ 66,4 bilhões. Segundo a Bloomberg, agência de informação e análise econômica, Scott é a mulher mais rica do mundo.

Embora os diretores e integrantes da organização sejam, em sua maioria, não-católicos, Faith in Public frequentemente se manifesta contra instituições católicas. Por causa do debate da conferência episcopal dos EUA sobre acesso à comunhão de políticos católicos que apóiam publicamente o aborto, como o presidente Joe Biden, a organização fez a campanha: “Diga a seu bispo: a Eucaristia não é uma arma.”

A organização também criticou a decisão da Suprema Corte americana Fulton x Cidade da Philadelphia. A corte decidiu que a Philadelphia não pode se recusar a contratar a Catholic Social Services (Serviços Sociais Católicos), de adoção e abrigo de crianças, porque a organização não aceita uniões homossexuais como pais adotivos.

Segundo Butler, a decisão “é um lembrete dos incontáveis modos pelos quais os americanos LGBTQ, pessoas de cor, mulheres, pessoas de minorias religiosas e outros ainda sofrem discriminação em nosso país.”

John Geringh, diretor do Programa Católico da Faith in Public Life, também criticou a decisão. Em 2012 Gehring fez campanha contra a oposição dos bispos americanos ao mandato do presidente Obama que obrigava empregadores a cobrir despesas de esterilização e contracepção de seus empregados, incluindo drogas abortivas. O mandato de Obama forçou as Irmãzinhas dos Pobres, que cuidam de idosos pobres há mais de um século, a entrar numa batalha jurídica para garantir isenção do mandato por causa de sua fé. Só em 2020 elas venceram.

A Bridgespan Group, consultoria de investimentos filantrópicos e sem fins lucrativos, assessora Mackenzie Scott em suas doações. Os clientes do grupo incluem Bill Gates, da Microsoft, o financista Michael Bloomberg e as fundações Ford e Rockfeller, segundo o jornal New York Times, Essas fundações são grandes doadoras para as causas de controle de natalidade, defesa do aborto ou ambas. As fundações Ford e Rockefeller também já financiaram o grupo pró-aborto Católicas pelo Direito de Decidir.

A CNA procurou o grupo Bridgespan, que não quis comentar, e da Faith in Public Life, que não respondeu até a publicação da matéria.

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