Brian Sims, um congressista democrata da Câmara de Representantes da Pensilvânia (Estados Unidos), gravou o modo como atacou verbalmente uma mulher idosa que rezava e se manifestava pacificamente do lado de fora de uma clínica da multinacional abortista Planned Parenthood.

Sims, de 40 anos, transmitiu o vídeo de aproximadamente nove minutos por Periscope e Twitter, no último dia 2 de maio. Nas cenas, pode-se ver o parlamentar se aproximando de uma mulher que rezava o terço do outro lado da rua onde está localizada a clínica Planned Parenthood of Southeastern Pennsylvania, na cidade da Filadélfia.

No vídeo, o legislador chama a idosa de “mulher velha branca”, começa a segui-la, eleva o tom e voz, obstrui seu caminho e lhe diz que sua manifestação pública é “repugnante, má e vergonhosa”.

Do mesmo modo, ele a repreendeu: “Quantas crianças você vestiu hoje? Quantas crianças você colocou sapatos nos pés hoje? Alimentou alguma criança enquanto estava fora (da clínica) de planejamento familiar constrangendo as pessoas por algo que têm o direito constitucional de fazer?”.

Também disse à mulher – que continuava rezando seu terço – o seguinte: “Pode rezar em casa. É permitido a você estar aqui fora. Isso não significa que tenha o direito moral de estar aqui. Que vergonha! O que você está fazendo aqui é nojento. Isto está errado. Você não tem por que estar aqui”.

Mais adiante, o legislador pede colaboração aos usuários: “Se você sabe quem é esta mulher e pode me dar seu endereço, protestaremos do lado de fora da casa dela. Vamos protestar em frente à casa dela e lhe dizer o que é o melhor para o seu corpo”.

A prática de solicitar ou publicar on-line o endereço de uma pessoa e outros ados pessoais para provocar o assédio é conhecida como “doxing”. É ilegal em muitas jurisdições.

Durante todo o vídeo, Sims continua repreendendo a mulher e sua fé, inclusive depois que ela o pediu para deixa-la em paz e que retirasse a câmera.

Aparentemente, a mulher não é a única pessoa que se viu afetada por Sims. Em um vídeo sem data, publicado em Live Action em 6 de maio, pode-se ver Sims aproximando-se de cinco pessoas, a maioria das quais parece ser adolescentes, do lado de fora da mesma clínica. O parlamentar os chama de “pessoas brancas” e “manifestantes pseudocristãos que estão aqui envergonhando as jovens por estarem aqui”.

Atualmente, Sims é investigado pela Comissão Estatal de Ética da Pensilvânia, após uma denúncia de 2017 de que havia violado a lei de ética local. Sims é acusado de aceitar honorários, incluídos tarifas, viagens e alojamentos gratuitos, em violação das políticas que regem os legisladores estatais.

Supostamente, o parlamentar não informou milhares de dólares em gastos de viagem, que depois foi reembolsou de seus fundos de campanha.

Críticas nas redes sociais

Depois de enfrentar diversas críticas por transmitir o vídeo no Twitter, o parlamentar também atacou ativistas pró-vida e cristãos.

A organização pró-vida norte-americana ‘Live Action’ compartilhou o vídeo de Sims e tuitou no dia 5 de maio que o político “perseguiu uma idosa que protestou pacificamente defendendo as vidas dos nascituros e de mulheres que praticam o aborto”.

Em resposta, o também ativista LGBTIQ (lésbicas, gays, transexuais, bissexuais, intersexuais e queer) escreveu que os membros da organização pró-vida são uns “capangas da Bíblia”.

Além disso, afirmou: “São fanáticos, sexistas e misóginos, e vejo através de sua falsa moral e seus valores quebrados”.

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No dia 7 de maio, através de um vídeo publicado no Twitter, Sims admitiu que foi agressivo com a idosa.

“Na semana passada, não fui uma companhia paciente, fui um vizinho e um cidadão preocupado e fui agressivo. Sei que duas coisas negativas não fazem uma positiva e posso fazê-lo melhor, e farei melhor para as mulheres da Pensilvânia”, expressou.

Sims não se desculpou com a mulher que enfrentou no vídeo. Os funcionários responsáveis por fazer cumprir a lei ainda não informaram se Sims enfrentará denúncias.

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