A Sala de Imprensa do Vaticano divulgou nesta quarta-feira, 12 de dezembro, o programa oficial da viagem do Papa Francisco aos Emirados Árabes Unidos, que será realizada de 3 a 5 de fevereiro de 2019, para participar do encontro inter-religioso internacional “Fraternidade humana”.

O avião do Papa Francisco decolará do aeroporto de Roma-Fiumicino no domingo, 3 de fevereiro, às 13h (hora de Roma) e aterrissará às 22h (hora dos Emirados Árabes Unidos) no Aeroporto Presidencial de Abu Dhabi, onde acontecerá a habitual cerimônia oficial de acolhida.

A agenda do Pontífice na segunda-feira, 4 de fevereiro, começará às 12h (sempre hora dos Emirados Árabes Unidos), com a cerimônia de boas-vindas na entrada principal do Palácio Presidencial. Neste local, 20 minutos depois, irá se reunir com o Príncipe Herdeiro.

À tarde, às 17h, Francisco terá um encontro privado com os membros do Conselho Muçulmano de Anciãos na Grande Mesquita do xeique Zayed.

Uma hora depois, às 18h10, participará do encontro inter-religioso, que acontecerá no Memorial do Fundador, onde o Papa pronunciará um discurso.

Na terça-feira, 5 de fevereiro, às 9h15, o Pontífice se deslocará até a Catedral para uma visita privada. Às 10h30, celebrará a Santa Missa no estádio Zayed Sports City.

Depois da Missa, às 12h40, o Papa Francisco seguirá para o Aeroporto para a cerimônia de despedida. O avião pontifício partirá de Abu Dhabi às 13h e aterrissará às 17h (hora de Roma) no Aeroporto Roma-Ciampino.

Esta visita, que acontecerá sob o lema “Fazei de mim um instrumento da vossa paz”, é a primeira ocasião em que um Papa viaja aos Emirados Árabes Unidos.

Este país da península arábica, majoritariamente muçulmano sunita, é um dos centros financeiros do mundo. Com mais de 9 milhões de habitantes possui uma das rendas per capita mais elevadas do mundo. O êxito de sua economia se sustenta na produção de petróleo. Suas principais cidades, Abu Dhabi e Dubai, são duas referências econômicas e de desenvolvimento urbano.

Segundo o Relatório de Liberdade Religiosa 2018 da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, 76,7% dos cidadãos dos Emirados Árabes Unidos são muçulmanos. Entretanto, existem minorias hindus, budistas e cristãs, que têm reconhecida certa liberdade religiosa. Os cristãos são 12,4% da população, dos quais os católicos são cerca de 800 mil fiéis.

Embora o Estado afirme publicamente seu compromisso com a liberdade religiosa individual, ainda há muito caminho a percorrer. Na legislação do país, entre cujas fontes está a Sharia ou Lei Islâmica, proíbe-se a apostasia dos muçulmanos ou sua mudança de religião. Somente os muçulmanos têm direito a fazer proselitismo.

Além disso, apesar de ser permitida a construção de igrejas e templos hindus ou budistas, não podem ter simbologia religiosa no exterior. Por exemplo, as igrejas não podem mostrar cruzes em seus telhados nem podem ter campanários.

Ao mesmo tempo, o governo legislou para perseguir os ataques por motivo de religião e penaliza duramente o ódio religioso e o extremismo. Em geral, segundo o relatório de Ajuda à Igreja que Sofre, os cristãos que vivem nos Emirados Árabes Unidos se sentem respeitados e podem viver em liberdade.

Confira também: