O Papa Francisco saiu ao encontro das críticas recebeu por ter celebrado um casamento no avião que o transladava de Santiago à cidade de Iquique, no dia 18 de janeiro, no marco de sua visita apostólica ao Chile e ao Peru.

“Vi que as condições eram claras e por que não fazer hoje o que se pode fazer hoje”, foram as palavras do Santo Padre em referência às bodas dos tripulantes Carlos Ciuffardi e Paula Podest.

Durante o vôo que o levou esta segunda-feira de Lima (Peru), a Roma, Francisco concedeu a habitual entrevista coletiva na qual foi questionado: “O que diria aos párocos, aos bispos, quando os noivos peçam casar-se na praia, em um parque ou em um navio”. O Papa respondeu com humor: “imagine só! Cruzeiros com matrimônios?”.

“Um de vocês me disse que eu estou louco por fazer estas coisas. Mas foi singelo. O senhor, o homem, estava no meu primeiro voo. Ela não estava. Eu e ele conversamos…, logo me dava conta de que me havia sondado. Falamos da vida, do que eu pensava sobre a vida e a família. Na verdade, foi uma linda conversa”, recordou.

No dia seguinte, coincidiram os dois tripulantes no mesmo voo junto ao Papa. “Quando tomamos as fotos me disseram que estavam por casar-se pela Igreja, casaram-se por civil, porque no dia anterior (vê-se que eram de uma cidade pequena) a igreja foi destruída no terremoto. Não houve bodas. Isto faz 8 ou 10 anos. ‘Sim, amanhã nos casaremos... depois a vida acontece, chega uma filha, depois a outra filha…, nós sempre tivemos isto no coração, mas não nos casamos’”.

“Interroguei-os um pouco, e as respostas eram claras: para toda a vida. ‘E como sabem estas coisas? Vocês têm boa memória da catequese?’. ‘Não, não, não. Nós fizemos o curso de noivos´. Eles estavam preparados. Julguei que estavam preparados”.

“Aos párocos digo que estavam preparados, eu julguei que estavam bem preparados”, acrescentou.

O Papa recordou que “os sacramentos são para as pessoas, e vi que as condições eram claras e por que não fazer hoje o que se pode fazer hoje. Para que deixar para amanhã já que o amanhã possivelmente seria outros 8 anos. Esta é a resposta. Porque eu julguei que estavam preparados e que sabiam o que faziam. Também um deles havia se preparado diante do Senhor com o sacramento da penitência, e assim eu os casei. E quando chegaram aqui tudo estava pronto e se casaram. Assim foi".

O Papa finalizou sua resposta retornando para a pergunta feita por um dos jornalistas: “o que eu diria aos párocos?”. “Diria-lhes que o Papa os interrogou bem, e depois quando me disseram que tinham feito o curso… Eram conscientes de que estavam em uma situação irregular”.

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