A poucos dias da estreia do filme “Fátima”, cuja história se centra nas aparições da Virgem Maria aos três pastorinhos em 1917 e busca levar uma mensagem de paz e esperança a esta geração, a produtora relatou como foi que graças ao seu trabalho em filmes sobre esta devoção mariana, retornou a Deus e à sua fé católica.

Em declarações a National Catholic Register, a produtora de cinema Natasha Howes, que mora na Colúmbia Britânica, disse que nasceu e foi criada na região de West Midlands (Inglaterra) e que, embora tenha sido batizada como católica, na juventude afastou-se de sua fé devido ao divórcio de seus pais.

“Eu cresci como uma católica polonesa em Birmingham, Inglaterra, e por isso, quando criança, ia à igreja com minha mãe. A família do meu pai era metodista, e ocasionalmente eu assistia ao culto de domingo em uma tradição mais inglesa”, disse.

Ela era “temerosa de Deus e ainda mais da visão do Cristo sofredor na cruz”, mas “depois de viver uma juventude desafiadora com pouca direção espiritual, estava cambaleando no mundo secular; [Eu] ainda vivia com esse medo", acrescentou.

A produtora disse que depois de um tempo de “ir atrás de histórias e ambições seculares como cineasta”, decidiu passar os últimos 15 anos trabalhando em projetos relacionados com Nossa Senhora de Fátima, período em que descobriu que “Fátima tem sido a principal ‘influencer’ no meu caminho de fé”.

“Foi a mão amável e a orientação de Nossa Senhora que me levou de volta a Deus. A Mãe Santíssima demonstrou ser uma intercessora muito poderosa e recebi muitas bênçãos através da devoção a Ela”, assinalou.

Natasha Howes. Crédito: Cortesia de National Catholic Register.

Howes disse que a história da aparição da Virgem aos três pastorinhos em 1917 está no centro de duas de suas produções. A primeira é intitulado “13th Day”, foi lançada em 2009 e relata os eventos milagrosos que ocorreram naquele dia, e o filme mais recente se intitula “Fátima” e foi lançado durante a pandemia.

“Minha fé foi inspirada e despertada ao centrar a atenção nesta história milagrosa. Fátima e a Mãe Santíssima me encontraram no primeiro filme”, disse e explicou que participou do filme graças à influência de amigos católicos de sua família.

Eles “tinham uma profunda devoção a Fátima e queriam encontrar uma forma de mostrar ao mundo que o céu se proclamou na forma de um milagre contemporâneo ocorrido na nossa história recente”, disse.

Para a produtora, o novo filme “Fátima é um fenômeno”, pois em comparação com a sua primeira produção, o novo filme “é marcadamente diferente em termos de escala, alcance e orçamento” e, portanto, “acarreta responsabilidades e expectativas”.

“Queríamos fazer um filme que fosse uma homenagem a Fátima, que satisfizesse e inspirasse o público principal e que fosse acessível a pessoas de todas as religiões e nenhuma”, explicou. Para Howes, "lançar um filme durante a pandemia foi uma bênção" e "agora é a hora certa para Fátima".

A companhia cinematográfica Origin Entertainment convocou Howes para ser a produtora de "Fátima" por ser reconhecida como especialista no assunto após a produção de "13th Day". O produtor James T. Volk e seu sócio, Dick Lyles, fundaram a empresa para fazer filmes de entretenimento transformadores; ou seja, que inspirem o público a criar um mundo melhor.

“Quando soube dos acontecimentos em Fátima, fiquei impressionado. Pensei que todo mundo deveria saber. Muitas pessoas que cresceram como católicas conhecem essa história, mas é improvável que alguém como eu, que cresceu em igrejas evangélicas, saiba disso”, disse Volk.

Foi assim que, convencido de que “esta história pode ser uma ponte universal entre pessoas de todas as religiões” nestes tempos, a sua empresa adquiriu os direitos para fazer um remake de “The Miracle of Our Lady of Fatima” (O Milagre de Nossa Senhora de Fátima), lançado pela Warner Bros em 1952.

Segundo assinala NCR, os produtores sentiam que o filme precisava de uma mudança de imagem do século XXI, que se foque nas crianças como precursores de esperança e pureza. “A inocência dessas três crianças ajudou a espalhar uma mensagem de paz e esperança para toda uma geração. Talvez possa fazer isso de novo hoje”, disse Volk.

Howes disse que "parte do meu papel neste filme foi me assegurar de conservar a autenticidade histórica dos fatos acontecidos”. Explicou que o desenvolvimento do filme levou muito tempo para "encontrar investidores que compartilham a mesma visão" e "para ganhar a confiança das principais autoridades religiosas no assunto para apoiar o projeto".

Como Howes já havia trabalhado com o Santuário de Fátima em “13th Day”, desta vez também recebeu apoio para fazer o novo filme se mantivesse fiel à história e ao mesmo tempo fosse comercialmente viável.

“O santuário criou uma equipe de assessores com a qual consultamos durante todo o processo [para obter] o seu respaldo oficial para confirmar que, como interpretação artística, nos mantivemos fiéis ao significado e mensagem de Fátima ao mesmo tempo em que criamos um filme comercialmente viável que pudesse ingressar na cultura popular”.

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Para Howes, o filme tem uma mensagem poderosa na atualidade que pode ajudar a geração de hoje a crescer na fé como fez em sua vida.

“Entramos nos próximos 100 anos na linha do tempo desta história e, embora o [Terceiro] Segredo tenha sido revelado, e alguns dizem que se cumpriu, a relevância de uma mensagem de paz projetada para encorajar todas as pessoas a crescer na fé, esperança e amor é certamente o que o mundo precisa agora mais do que nunca", disse.

“Por meio de Fátima encontrei na Mãe Santíssima um amor suave e nutritivo que abriu o meu coração à possibilidade de aprender mais sobre os princípios da fé, os ensinamentos de Cristo e o amor de Deus”, concluiu.

Atualmente, Howes e outros estão em processo de criação de uma nova companhia de produção cinematográfica chamada Matriarch Pictures "em honra à Mãe Santíssima". A produtora disse que espera “desenvolver e produzir conteúdos voltados para a mulher, a família e a fé” e que o lançamento será em 2021.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

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