O infectologista Sidnei Alves dos Santos Júnior alertou que, mesmo com a chegada da vacina, os católicos precisam seguir tendo cuidados para participar nas missas e, por isso, deu algumas indicações práticas para seguir prevenindo a propagação do coronavírus. Entretanto o especialista garantiu: a reabertura dos templos não levou à ocorrência de surtos de Covid-19, o que reforça o pedido de bispos em todo o Brasil para que as igrejas sigam abertas oferecendo missas com a presença dos fiéis.

“Recordar algumas orientações é uma forma de reforçar e ampliar a proteção de todos aqueles que participam das celebrações litúrgicas. Na medida em que não existe tratamento disponível para a Covid-19, a melhor forma de lidar com o vírus ainda é por meio da prevenção”, explicou à Arquidiocese de Porto Alegre (RS), a qual buscou orientações com o especialista a fim de reforçar os cuidados sanitários necessários durante as celebrações litúrgicas.

Sidnei Alves é médico infectologista do Hospital Divina Providência e mestre em Medicina (Ciências Médicas). O profissional recordou que já tece início no Brasil a vacinação contra a Covid-19 e indicou que “as vacinas certamente terão um papel central nessa estratégia”.

Entretanto, ressaltou, “se levarmos em conta o contingente de pessoas a serem vacinadas e a capacidade de produzir, distribuir e aplicar a vacina, levará ainda algum tempo para que essa medida tenha um impacto significativo na população”.

Por isso, reforçou a necessidade da prevenção, inclusive durante as celebrações Eucarísticas. “A Missa é uma ocasião em que muitas pessoas ocupam o mesmo local e na qual temos a presença de um número significativo de pessoas de grupos de risco. Além da possibilidade de transmissão entre os fiéis, se tivermos, por exemplo, um sacerdote ou ministro da eucaristia infectado, há uma chance considerável de transmissão dele para várias pessoas”, assinalou.

Nesse sentido, “a adoção de medidas preventivas como distanciamento, uso de máscara e álcool em gel, ainda é a principal arma para a prevenção”.

“Vale destacar que foram esses cuidados que nos trouxeram até aqui, que não permitiram a ocorrência de surtos nas nossas igrejas e que possibilitaram sua reabertura. Não é o momento de baixarmos a guarda”, sublinhou.

Assim, o especialista indicou 16 medidas preventivas que podem ser adotadas contra o coronavírus durante as Missas:

1) Higienização das mãos por toda a equipe litúrgica, presbítero(s) e diácono(s), antes de iniciar a celebração litúrgica;

2) Uso de máscara pelo sacerdote e pela equipe litúrgica ao longo da celebração;

3) Higienização das mãos antes de começar a distribuição da Eucaristia pelas pessoas que o farão;

4) Observar distanciamento de 2 metros entre as pessoas. Nunca ficar a menos de 1 metro;

5) Manter cálice/cibório tampado sobre o corporal;

6) Quando se busca o cibório no sacrário, mantê-lo com a tampa até o momento de iniciar a distribuição do Corpo do Senhor;

7) Manter o cálice coberto com a pala e a patena com o sanguíneo ou uma pala o maior tempo possível;

8) Higienização dos assentos antes e depois das celebrações;

9) Reduzir a equipe litúrgica ao menor número possível de pessoas;

10) Evitar a presença/participação de pessoas de grupos de risco nas equipes de liturgia;

11) Recomenda-se usar a máscara para as leituras ou mesmo para cantar;

12) Garantir higienização de objetos de uso comum, como microfones, púlpito, ambão etc.;

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13) Oferecer álcool em gel para todos que entram e saem do templo;

14) Solicitar o uso adequado de máscara ao longo da celebração;

15) A Hóstia grande seja consumida pelo presidente da celebração;

16) Para a distribuição do Corpo do Senhor, observe-se entre os fiéis a distância recomendada pelas autoridades sanitárias. Sendo viável, o presidente da celebração e demais ministros vão até onde as pessoas se encontram para distribuir o Corpo do Senhor.

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