Com os crescentes casos informados de perda de empregos e escassez de alimentos na África do Sul devido às medidas de confinamento contra a COVID-19, as Irmãs do Bom Pastor decidiram doar alimentos e equipamentos de proteção às pessoas mais necessitadas.

"De maneiras diferentes, as pessoas de bem terão feito todo o possível para estender uma mão de caridade aos necessitados em nossa sociedade, especialmente durante o período em que a COVID-19 adicionou outro golpe de pobreza a muitos desfavorecidos", assinala um artigo que foi publicado no site da Conferência dos Bispos Católicos da África Meridional (SACBC).

O artigo afirma que "desde o início do confinamento na África do Sul, fomos testemunhas de muitas obras de caridade de diferentes instituições, igrejas, organizações religiosas e indivíduos, respondendo às necessidades dos pobres, principalmente através da distribuição de pacotes de alimentos".

Na quarta-feira, 19 de maio, as religiosas que administram o Centro de Aprendizagem Bom Pastor doaram alimentos e equipamentos de proteção individual para a COVID-19 a dezenas de pessoas pobres em Madidi, uma comunidade carente na província do noroeste da África do Sul.

Entre os itens distribuídos, além de pacotes de alimentos, havia toalhas e roupas sanitárias.

A atividade foi organizada pela irmã Colleen Simpson, diretora do centro e que trabalha com a comunidade Madidi desde 1990.

Segundo a religiosa, os pacotes de alimentos que tinham cobriam as necessidades de apenas 50 pessoas, mas centenas de pessoas entraram na fila para receber alimentos.

Disse que foi difícil para ela dispensá-los com as mãos vazias porque sabia de sua pobreza e que o centro teve que fazer um esforço adicional para garantir que mais pessoas voltassem para casa com alguma comida.

Nesse dia, esteve presente um grupo de representantes do Departamento de Desenvolvimento Social do Governo do Município de Madibeng, que também ajudou na distribuição dos pacotes. Os Serviços de Políticas da África do Sul (SAPS) também ajudaram a garantir que as pessoas reunidas cumpram as precauções de segurança.

Henrietta Poo, diretora do Departamento de Desenvolvimento Social do município de Madibeng, disse que sua instituição aprecia muito o bom trabalho que o Centro do Bom Pastor vem realizando.

Poo acrescentou que o centro é o braço do departamento para alcançar as pessoas de Madidi e da periferia, e que o gesto de distribuir pacotes de comida significa muito para as pessoas.

Quando as pessoas têm algo para comer em casa, ficam em casa e ajudam a deter a propagação do coronavírus. Poo disse que desde o início do confinamento pela COVID-19, é a primeira vez que se organiza uma ação desta magnitude para a comunidade de Maididi.

Um relatório de pesquisa divulgado pela Ask Afrika na quarta-feira, 20 de maio, indica que o desemprego e a consequente perda de renda continuam sendo as principais preocupações para os sul-africanos, que também estão lutando contra a insegurança alimentar durante a pandemia.

A pesquisa constatou que a segurança alimentar no nível doméstico é baixa e que um em cada três adultos vai dormir com fome, pois não tem comida suficiente para comer em suas casas. Um quinto dos entrevistados perdeu peso durante o período de bloqueio da COVID-19 devido à falta de comida.

A segurança alimentar não é apenas uma preocupação das comunidades vulneráveis, já que metade das pessoas nos subúrbios ou áreas metropolitanas diz estar preocupada com a quantidade de comida em suas casas. Quase 40% dos adultos nessas áreas também reduziram o tamanho das porções ou a frequência das refeições devido a uma quantidade limitada de alimentos em casa.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, até 22 de maio, a África do Sul registrou 19.137 casos de COVID-19, 8.950 recuperações e 369 mortes relacionadas.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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