Hoje, 13 de março, fazem 2 anos desde que o Arcebispo de Buenos Aires (Argentina), o então Cardeal Jorge Mario Bergoglio, foi eleito como Sucessor de São Pedro, convertendo-se assim no primeiro Papa latino-americano e jesuíta.

Antes da eleição, os cardeais já haviam entrado em acordo e visto que independente de quem fosse eleito, deveria começar uma profunda reforma na Cúria Romana. Nestes dois anos, Francisco demonstrou ser o Papa para estes tempos e chamou a atenção de muitos, dentro e fora da Igreja, por sua  simplicidade, desprendimento, atrevimento e proximidade.

Após um mês de sua eleição, Francisco criou um Conselho para a reforma institucional da cúria. Nestes dois anos, o Santo Padre criou 39 cardeais.

Uma das tarefas nas quais mais se comprometeu o Pontífice para garantir a transparência financeira do Vaticano é a reforma econômica dos distintos órgãos da Cúria. Criou também o Conselho e a Secretaria de Economia. Estes novos organismos contribuirão a uma adequada rendição de contas.

No segundo ano, o Papa realizou várias visitas ao exterior e anunciou que planeja viajar à América do Sul, aos Estados Unidos por ocasião do Encontro Mundial das Famílias e à África. Talvez a viagem mais impressionante que tenha feito foi às Filipinas e ao Sri Lanka em janeiro deste ano. O Santo Padre celebrou uma Missa em Manila diante de mais de seis milhões de pessoas, um evento que ficará na história como a Eucaristia que reuniu o maior número de pessoas no mundo.

Também presidiu uma eucaristia em Tacloban, uma região destruída pelo tufão de 2013. Recebeu numerosas manifestações de carinho pelo povo filipino e visitou as vítimas do desastre natural.

Provavelmente o momento mais emocionante foi quando uma menina de 12 anos lhe perguntou: “Por que as crianças sofrem?” “Cristãos, devemos pedir a graça de chorar, sobre tudo os do bem-estar, e chorar sobre as injustiças e os pecados, porque o choro te abre a entender novas dimensões da realidade”, disse o Papa.

No Sri Lanka, canonizou o missionário José Vaz e ressaltou “a importância do diálogo, do respeito pela dignidade humana, do esforço de envolver todos para encontrar soluções adequadas em ordem à reconciliação e ao bem comum”.

Por outro lado, Francisco pediu as orações de todos os católicos pelo atentado contra os jornalistas da revista Charlie Hebdo em Paris, sem se importar com publicações anteriores desta revista que publicou imagens ofensivas contra Bento XVI, contra ele mesmo e a Igreja.

Sobre este tema, o Santo Padre falou sobre uso adequado da liberdade de imprensa e as consequências das agressões verbais. “A liberdade de expressão deve levar em consideração a realidade humana, e por esta razão deve ser prudente… Não posso ofender constantemente, provocar uma pessoa continuamente, porque me arrisco a deixa-la chateada, e me arrisco a receber uma reação injusta, uma que não é justa”, assinalou na conferência de imprensa no voo de volta de Manila a Roma em janeiro.

O Papa Francisco não deixou de motivar a unidade dos cristãos e sempre expressou a sua preocupação e apoio pela perseguição dos fiéis por parte dos terroristas do Estado Islâmico no Iraque, Síria, a região do Oriente Médio, Sudão, entre outros.

Sobre o recente assassinato de 21 cristãos coptos na Líbia, o Papa disse: “recordando estes irmãos que morreram unicamente por confessarem Cristo, peço que nos encorajemos uns aos outros para prosseguir com este ecumenismo, que nos está a dar força, o ecumenismo do sangue. Os mártires são de todos os cristãos”.

O Santo Padre visitará em 21 de março um bairro italiano ligado à máfia conhecida como a Camorra e planeja celebrar a Missa de Quinta-Feira Santa no presídio romano de Rebibbia.

Francisco também aprovou o decreto de martírio de Dom Óscar Arnulfo Romero -cuja beatificação se realizará em 23 de março em El Salvador- o mesmo dia que aprovou o decreto de martírio de três missionários assassinados no Peru pelo grupo terrorista Sendero Luminoso.

Para comemorar os dois anos do pontificado do Papa Francisco, o Vaticano publicou um folheto eletrônico com diversas fotos do Santo Padre que pode ver-se em: http://w2.vatican.va/content/vatican/it/special/2015/2-anniversary.html#/page/1