Padre Maurício da Silva Jardim foi nomeado hoje (8) pelo papa Francisco bispo da diocese de Rondonópolis-Guiratinga (MT). Até então, ele era diretor nacional e coordenador continental das Pontifícias Obras Missionárias (POM). Em mensagem à sua nova diocese, padre Jardim ressaltou que sua nomeação se deu “no mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus” e na semana em que “bispos da Amazônia estão reunidos para celebrar os cinquenta anos do Documento de Santarém”.

Bispos e lideranças católicas participam nesta semana do IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, em Santarém (PA). O evento celebra os 50 anos do encontro que culminou no Documento de Santarém. Este documento apresenta as linhas prioritárias da pastoral da Amazônia e afirma que há duas diretrizes básicas: a encarnação na realidade e a evangelização libertadora. Diz ainda que “um dos objetivos primários da Pastoral Amazônica” deve ser “a criação da Comunidade Cristã de Base”.

Na mensagem publicada no site das POM, padre Jardim se dirige ao clero, seminaristas, consagrados, lideranças de pastorais, movimentos, organismos e a todos os leigos, manifestando seu propósito de caminhar junto, “dando continuidade às atividades missionárias e prioridades pastorais desta amada Igreja local”.

Também se dirige à equipe de coordenação do 15º Intereclesial das CEBs (comunidades eclesiais de base), que acontecerá de 18 a 22 de julho em Rondonópolis, com o tema “CEBs – Igreja em saída, a serviço da vida plena para todos e todas”. O bispo nomeado se coloca “à disposição para somar forças neste caminho de preparação e recepção deste importante encontro eclesial para Igreja do Brasil”.

As CEBs surgiram por volta do final da década de 1960, promovendo a opção preferencial pelos pobres. Foi promovida por intelectuais ligados à Teologia da Libertação como Frei Betto e Leonardo Boff. Com o tempo, passaram a ser marcadas pelo vínculo com os movimentos sociais, como o Movimento Sem Terra (MST), e partidos de cunho socialista como PT e PCdoB.

A diocese de Rondonópolis-Guiratinga estava vacante desde a morte de dom Juventino Kestering, em março de 2021, por covid-19. O novo bispo diocesano, padre Maurício da Silva Jardim, é do clero da arquidiocese de Porto Alegre (RS).

Padre Jardim nasceu em 9 de fevereiro de 1969, em Sapucaia do Sul (RS). Ingressou no seminário São José de Gravataí (RS) em 1991, aos 21 anos. Estudou Filosofia na Faculdade de Filosofia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Viamão (RS), e Teologia no Centro de Estudos Teológicos São João Vianney, na mesma cidade. Especializou-se em Psicopedagogia, Missiologia e Formação Presbiteral.

Foi ordenado sacerdote em 11 de dezembro de 1999. Na arquidiocese de Porto Alegre, foi assessor para a Pastoral da Juventude, de 2002 a 2007, vigário paroquial de São Vicente de Paulo e Santa Terezinha; pároco do Divino Pai Eterno, de Nossa Senhora do Caravaggio e de São Vicente Pai dos Pobres, diretor espiritual do seminário propedêutico, entre 2014 e 2015, coordenador da Pastoral Presbiteral, de 2013 a 2016, e animador vocacional, em 2015.

Foi também missionário em Moçambique, de 2008 a 2012, vice-coordenador da Pastoral Presbiteral do Regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispo do Brasil (CNBB), de 2013 a 2016. Desde 2016 é diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias no Brasil e, em novembro de 2021, foi eleito coordenador das POM na América.

A ordenação episcopal de padre Maurício da Silva Jardim será no dia 19 de agosto, na arquidiocese de Porto Alegre. Ainda não há data para a posse na diocese de Rondonópolis-Guiratinga.

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