A Câmara dos Deputados do Chile rejeitou o projeto de lei que descriminalizaria o aborto sem causa até as 14 semanas de gestação.

O projeto recebeu 65 votos contra, 62 a favor e uma abstenção na votação de ontem, 30 de novembro. Desde setembro de 2017, o aborto é permitido no Chile até 12ª semana nos casos de estupro e sem limite nos casos de inviabilidade fetal e risco de vida da mãe.

Rosario Corvalán, da Área Legislativa da ONG Comunidade e Justicia, se disse alegre “pelo resultado e pela mensagem que deixa entre os cidadãos”.

“Devem parar de dar a mensagem que ‘a maioria dos cidadãos quer estes projetos’, porque nossos representantes se pronunciaram e não querem o aborto”, afirmou.

Deputados da Democracia Cristã, como Matías Walker, Jorge Sabag, Joanna Pérez, entre outros, votaram contra o projeto.

Um dos ausentes na votação foi o deputado Gabriel Boric, do Partido Convergencia Social, que disputará o segundo turno das eleições presidenciais de 19 de dezembro pela coalizão de esquerda Apruebo Dignidade, contra José Antonio Kast, do Partido Republicano.

Em sua proposta de governo, Boric promete trabalhar para incorporar uma perspectiva feminista transversal, implementar políticas como “aborto legal, livre, seguro e gratuito”, modificações na lei de identidade de gênero, e outras.

Corvalán disse que alguns parlamentares que votaram contra o projeto ontem, foram a favor do aborto nos três casos aprovados em 2017. No entanto, "eles não votarão mais a favor do aborto livre" porque conhecem a manipulação e o fim que querem conseguir os abortistas.

“Embora a lei não possa modificar a realidade, pode gerar um sentido pedagógico. Se as pessoas veem que a maioria do Congresso diz que ‘o aborto é um crime’, isso ajuda a população a refletir e dizer que o ‘aborto é algo ruim’”, disse a advogada.

Corvalán incentivou as pessoas pró-vida a “não deixarem de defender suas ideias pensando que são uma exceção ou algo inusitado. Vamos voltar a essa ideia de sentido comum de defender a vida de uma pessoa inocente".

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