O deputado do Partido Popular da Espanha, Pablo Casado Blanco, solicitou outorgar ao Movimento Cristão Libertação (MCL), o Prêmio Nobel da Paz 2013 e afirmou que este reconhecimento ajudaria a uma futura transição pacífica de Cuba à democracia.

Casado Blanco enviou neste 28 de janeiro uma carta ao presidente do Comitê do Prêmio Nobel, Thorbjorn Jagland, para apresentar a nominação do MCL ao Prêmio Nobel da Paz.

No texto, difundido no site do MCL, o deputado espanhol destacou que este galardão é o mais prestigioso em nível internacional pois distingue "personalidades e instituições defensoras da paz e da não-violência".

Nesse sentido, recordou que este movimento de inspiração católica foi fundado por Oswaldo Payá em 1988 como "uma iniciativa civil e pacífica que reclama o respeito das liberdades públicas e os direitos humanos em Cuba, assim como instauração da democracia dentro do marco da legislação cubana".

"Cuba é atualmente o único país do continente americano que reprime toda forma de dissidência política e não tolera a discrepância ideológica há mais do meio século de regime autoritário. De fato, numerosos integrantes do Movimento Cristão Libertação foram encarcerados, deportados e represaliados por sua pacífica defesa da liberdade na ilha", assinalou.

Por isso, o parlamentar indicou ao presidente do Comitê do Prêmio Nobel que seria "um apoio fundamental para um futuro processo de transição pacífica em Cuba que o Movimento Cristão Libertação recebesse este Premio em reconhecimento ao seu esforço para obter a reconciliação, a liberdade e a democracia para todos os cubanos".

Por sua parte, o MCL agradeceu o gesto generoso de Pablo Casado e assinalou que "esta ação solidária é extensiva também a todos os lutadores pacíficos cubanos por seu heroísmo e martírio na ilha de Cuba".

O movimento dissidente recordou que Payá Sardiñas –Premio Sajarov de Direitos humanos do Parlamento Europeu 2002-, foi nomeado ao Nobel da Paz em seis ocasiões.

Do mesmo modo, destacou que Casado visitou anos atrás "a ilha de Cuba para solidarizar-se com os homens e mulheres que em condições de terror, miséria e isolamento trabalham sem ódio mas sem medo contra uma ditadura que persegue, encarcera, desterra e assassina seus contrários ideológicos. Na ilha conheceu Oswaldo Paya e pôde constatar a perseguição a que constantemente era submetido pelos agentes da polícia do regime".

O MCL, que sustenta que Payá Sardiñas foi assassinado em 22 de julho de 2012 junto ao ativista Harold Cepero, reiterou seu agradecimento pela nominação, que se une à já realizada dias atrás por um grupo de legisladores uruguaios do Partido Nacional.