Os cristãos na Síria “estão dispostos a dar suas vidas e a que suas cabeças sejam cortadas para testemunhar Jesus Cristo”, afirmou a Irmã Maria de Guadalupe, religiosa missionária em Aleppo, cidade onde há 5 anos vive o drama da guerra e da perseguição cristã nas mãos do Estado Islâmico.

A religiosa argentina do Instituto do Verbo Encarnado (IVE) vive há 18 anos no Oriente Médio. Primeiro morou na Terra Santa, depois no Egito e desde 2011 na Síria. Teve a possibilidade de ir embora deste país quando começou a guerra, mas decidiu ficar.

“A alegria, a esperança, inclusive o sorriso que eles têm e a paz. Eu acredito realmente que Deus lhes dá como um dom em retribuição à sua generosidade a sua fortaleza para dar este testemunho até as últimas consequências”, sustentou a religiosa que está visitando o Chile para falar sobre o sofrimento dos cristãos na Síria.

Trata-se dos “mártires de nossos tempos” que “estão dispostos a entregar tudo, inclusive o bem mais precioso que é a própria vida”. Eles também “confiam nas orações do resto do mundo cristão que os apoia”.

“Por isso é tão importante rezar e difundir a fim de que esta situação seja mais conhecida. Necessitam do nosso apoio”, sublinhou.

Em relação à situação atual na Síria, a missionária explicou que “nestes últimos meses com a chegada da Rússia a fim de apoiar o exército nacional sírio, vemos alguns avanços positivos. Pela primeira vez em alguns anos, vemos o Estado Islâmico retroceder, vemos a recuperação de algumas cidades”.

A missionária acrescentou que no caso concreto de Aleppo, que “possivelmente foi a cidade mais castigada durante todos estes anos, foram vistos avanços nestas últimas semanas quando o exército nacional conseguiu recuperar dois bairros muito importantes da cidade, nos quais os rebeldes disparavam continuamente projéteis nos bairros cristãos”.

Entretanto, isto faz com que os rebeldes “queiram mais vingança e intensifiquem os ataques aos civis, de maneira que mesmo com o progresso, há também mais vítimas, porque os ataques são mais intensos nestes dias”.

Do mesmo modo, denunciou que “tudo isto relacionado à perseguição aos cristãos é uma coisa muito oculta, muito escondida e, nesse sentido, o cristianismo ocidental tem pouco acesso às informações do que realmente está acontecendo, porque os meios de comunicação internacionais mais importantes não estão divulgando as notícias e isto não é uma casualidade”.

A religiosa insistiu em “nosso dever como missionários e como cristãos de transmitir o que está acontecendo, para que os cristãos no ocidente possam ser unir a esta causa. Certamente podem ajudar muitíssimo. Os cristãos perseguidos na Síria e no Iraque confiam nas orações do resto do mundo”.

Portanto, concluiu a Irmã Maria de Guadalupe, “eu não considero uma ignorância culpável do mundo cristão ocidental”, mas uma “anestesia provocada” por este mesmo conflito que esconde nele mesmo “uma questão econômica, estas guerras inventadas, pela venda de armas”.

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