Entre 1936 e 1939, a Espanha foi sacudida por uma dramática e sangrenta guerra civil: um conflito carregado de antagonismos ideológicos, transformando-se num embate entre democracia e fascismo, entre republicanos e rebeldes guiados pelo general Franco. Pagou as contas disso também a Igreja espanhola que sofreu uma violenta perseguição, sobretudo pelas forças anárquicas e milicianas. Foram massacrados milhares de sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, tão somente por serem cristãos. Entre eles, também numerosos membros da Família Salesiana.

O Beato José Calasanz Marquês nasceu na Espanha, em 23 de novembro de 1872. Conheceu São João Bosco quando visitou Barcelona em 1886, pois foi interno na Casa Salesiana de Sarriá. Entrou para a Comunidade Salesiana aos 18 anos, em 1890 e foi ordenado sacerdote cinco anos depois.

Foi secretário do Beato Felipe Rinaldi durante dez anos e, em seguida, superior da Inspetoria do Peru-Bolívia. Retornando à Espanha, foi membro da Inspetoria Tarraconense (Barcelona-Valência).

Homem de coração e grande trabalhador, preocupou-se desde o início com a salvação de seus irmãos, seus Superiores e toda sua Congregação, demonstrado por meio de uma atividade incansável em seu serviço. Enquanto a perseguição aumentava, expressou a um irmão seus temores: “Meu filho, devemos ter mais confiança na Divina Providência. De todos os modos, acredito que estou em graça de Deus”.

Tendo passado uma semana em uma prisão em Valência com outros salesianos, foi detido por milicianos de Mislata, que ao ver a batina em sua maleta, perguntaram-lhe se era padre. Com calma e dignidade, ele respondeu: “Sim, sou Sacerdote Salesiano”.

Foi conduzido de pé em um caminhão à Valência e, ao chegar à Ponte de São José, foi morto durante a viagem por um tiro de fuzil na cabeça, no dia 29 de julho de 1936

Foi beatificado por São João Paulo II em 11 de março de 2001, junto a outros 232 mártires espanhóis em Valência.