O ex-bispo auxiliar de Lisboa e atual membro do Conselho Pontifício da Cultura, Dom Carlos Azevedo foi citado como suspeito de “assédio sexual”, em um artigo publicado na quarta-feira, 20 de fevereiro, na revista ‘Visão’. No dia seguinte, a Conferência episcopal portuguesa pronunciou-se através de um Comunicado sobre o mencionado artigo, exortando a “não julgar apressadamente” o caso. Por sua parte, Dom Azevedo negou as acusações da revista portuguesa.

O comunicado assinado pelo Pe. Manuel Morujão, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa diz:

“Contrariando as nossas expetativas, vemos que o nome do bispo D. Carlos Azevedo, atualmente em Roma, está envolvido em acusações de comportamentos impróprios, não conformes com a dignidade e a responsabilidade do estado sacerdotal.

Da sua veracidade não podemos nem devemos julgar apressadamente. De qualquer membro da Igreja se espera um comportamento exemplar. Com muito maior razão de quem se comprometeu a viver o celibato sacerdotal”.

“D. Carlos Azevedo pode contar com a nossa solicitude e a nossa oração fraterna”, conclui a missiva.

Segundo meios portugueses os alegados casos de assédio por parte de Dom Carlos remontam aos anos 80 e teriam sido conhecidos após uma denúncia feita em 2010 ao núncio apostólico em Portugal, Dom Rino Passigato. Em 2011, o Papa Bento XVI levou Dom Azevedo à Santa Sé para colaborar no Pontifício Conselho para a Cultura.

Por sua parte, Dom Azevedo negou na mesma quarta-feira, 20, a acusação e disse nunca ter sido contactado pela Nunciatura Apostólica para depor.  «Nego totalmente a acusação de assédio sexual», afirmou o bispo em declarações ao portal de notícias SIC, criticando o "sensasionalismo" da imprensa no caso.

Desde Roma, o porta-voz do vaticano, o padre Frederico Lombardi, disse neste 22 de fevereiro que não tem conhecimento de qualquer processo em curso sobre casos de suposto assédio sexual evenvolvendo o ex- auxiliar de Lisboa.