A conferência episcopal de Porto Rico encorajou os católicos a participar da marcha contra a ideologia de gênero do próximo 14 de agosto, iniciativa em resposta ao lançamento do “currículo de perspectiva de gênero” anunciado pelo governo.

“Damos o nosso respaldo aos pais e fiéis leigos, que têm liberdade para expressar de maneira firme e sempre pacífica sua preocupação e suas exigências relativas a esta imposição, mais ideológica que científica, para que participem, fazendo uso de seu direito natural, no marco de seu direito legítimo, na marcha contra a imposição da ideologia de gênero”, disse a conferência.

No início de julho, a Coalizão Vida e Família, um grupo de cidadãos porto-riquenhos “com ideias políticas, sociais e religiosas variadas”, convocou a população para uma mobilização nacional que busca “deter a ditadura do ´gênero` em Porto Rico”.

A iniciativa surgiu depois que o governador Pedro Pierluisi Urrutia emitiu uma ordem executiva que busca implementar nos colégios públicos uma versão atualizada do “currículo de Perspectiva de Gênero”, criado pela administração de Alejandro García Padilla e já rejeitado pelo povo de Porto Rico em marchas públicas em 2015.

A conferência episcopal disse que os cristãos também são cidadãos que precisam “gozar da adequada liberdade e das facilidades que o Estado provê” e, por esse motivo, têm o mesmo direito e a capacidade de todos para “reclamar às legítimas autoridades do mesmo Estado, o seu direito de viver e agir em conformidade com as suas convicções e a sua consciência”. Os pais e os fiéis católicos têm o legítimo direito de educar seus filhos “sem que se vejam submetidos, nas escolas públicas, a ideologias que atentam diretamente contra suas convicções e sensibilidade”.

Em dezembro de 2020, o bispo de Arecibo, dom Daniel Fernández Torres, pediu, em uma carta ao governador Pierluisi, que parasse com a imposição da ideologia de gênero no país. Em fevereiro deste ano, dom Fernández manifestou sua oposição aos projetos de lei que buscam impor a ideologia, e advertiu sobre uma perseguição religiosa na ilha.

O governador Pierluisi, que assumiu o cargo em 2 de janeiro de 2021 e é membro do Partido Novo Progressista e do Partido Democrata dos Estados Unidos declarou a ilha em estado de emergência por “violência de gênero”, criou o Comitê de Prevenção, Apoio, Resgate e Educação da Violência de Gênero (Comitê PARE) e anunciou a implementação do currículo de Perspectiva de Gênero. O currículo foi criado durante a administração de Alejandro García Padilla, governador entre os anos de 2013 e 2017, mas não foi executado por causa da firme oposição da maioria dos porto-riquenhos.

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