Começou ontem na França o julgamento dos acusados pelo assassinato do padre Jacques Hamel, que foi decapitado aos 86 anos de idade por terroristas do Estado islâmico em 26 de julho de 2016, quando celebrava missa na igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, na arquidiocese de Rouen.

Abdel Kermiche e Abdel-Malik Petitjean invadira sob o grito de Allahu Akbar (“Deus é grande”, em árabe), enquanto o padre Hamel celebrava a missa. Os jihadistas começaram a atacar as imagens religiosas antes de se dirigirem ao padre, que os confrontou: “Mas, o que estão fazendo?  Acalmem-se”, disse-lhes o padre, segundo várias testemunhas.

Os terroristas queriam obrigar o sacerdote a se ajoelhar diante deles, mas o padre Hamel se negou. Ele foi apunhalado. Antes de morrer, gritou: “Afaste-se, Satanás!”

Em outubro de 2016, dom Lebrun informou que o papa Francisco permitiu uma dispensa da espera de cinco anos para iniciar o processo de beatificação, o tempo normalmente necessário para que se possa iniciar uma investigação oficial.

Os dois criminosos, Abdel Kermiche e Abdel-Malik Petitjean, jihadistas que foram mortos pela polícia quando saíam da igreja.

Agora serão julgados Jean-Philippe Jean Louis, Farid Khelil e Yassine Sebaihia acusados de associação terrorista. Rachid Kassim, acusado de encorajar e facilitar o crime, morreu em um bombardeio no Iraque em 2017.

O arcebispo de Rouen, dom Dominique Lebrun, disse ao Vatican News, serviço de informação da Santa Sé, que espera "justiça para os acusados” e para as vítimas no julgamento, que deve durar aproximadamente um mês.

O bispo também disse que espera que haja " luz sobre o que aconteceu, bem como sobre as suas causas, para gerar um caminho para viver melhor" e assim evitar "este tipo de tragédia".

Num comunicado publicado na segunda-feira, a Conferência dos Bispos Franceses disse que o padre Hamel "foi morto na missa que estava celebrando, porque era sacerdote, porque era cristão”.

"A verdade permitirá a justiça, ambas são necessárias para que todos avancem, sejam eles as vítimas ou os acusados", diz o comunicado. "A morte do padre Hamel continua sendo um grande sofrimento para muitos, mas a sua vida e martírio dão frutos. Ele continuará sendo para os padres da França um belo exemplo de vida sacerdotal. A sua vida e a sua morte ressoam no nosso país como um apelo à fidelidade e à fraternidade, para que o mal não tenha a última palavra".

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