Com uma missa em frente à clínica de abortos da Planned Parenthood em Denver, nos Estados Unidos, um grupo de católicos lançou a iniciativa pró-vida “40 Days for Life 365” , no sábado 14 de agosto.

Trata-se da maior clínica de abortos do estado do Colorado. Com a celebração do sábado, Denver entrou para a lista de cidades americanas onde a vigília de oração é celebrada durante o ano inteiro. A lista de cidades está aumentando e as vigílias são mais intensas durante as jornadas de 40 dias, realizadas na primavera e no outono.

“Deus nos mostrou, através de dezenas de milhares de bebês salvos (ou seja, milagres) que nossa arma mais poderosa contra esse mal é a oração”, disse Brad Maddock, um dos organizadores do evento de 14 de agosto e do evento “Denver Prays for Life”.

“Se quinze crianças de escola fossem assassinadas hoje, a nossa comunidade e a mídia ficariam indignados. Mas, nos tornamos insensíveis a essa matança”, lamentou.

O evento começou com a oração do terço. Na sequência, participaram vários oradores, foi rezado o terço da Divina Misericórdia e uma missa, como conclusão.

O objetivo do “40 Days for Life 365” (40 Dias pela Vida 365) é dar um testemunho pacífico da dignidade da vida e orar todos os dias na parte de fora de uma clínica de aborto, cada dia em uma clínica diferente. O número 365 significa um novo movimento, que realiza vigílias de oração de 40 dias, o ano inteiro, ao invés das campanhas de 40 dias no outono e na primavera.

“A luta das nossas vidas é a luta pelas milhões de crianças por nascer que merecem suas vidas”, disse Catherine Worachek, estudante da Our Lady of Victory High School, que participou do evento com sua mãe e vários colegas.

“Nossos heróis não estão se preparando para uma luta única, que culminará em uma vitória ou derrota decisiva. Ao contrário, estamos pressionando através de um esforço diário, constante”, disse ela.

Os testemunhos apresentados no evento incluíram a história de uma mulher que encontrou cura através do ministério pós-aborto “Rachel’s Vineyard” (O Vinhedo de Raquel), e de David Nguyen, membro do grupo pró-vida “Colorado Students for Life”, que instou os presentes a aplicar a doutrina da dignidade humana em sua vida cotidiana.

“Encontrei uma dignidade profundamente bela que marcava cada pessoa e, naturalmente, queria proteger essa ´marca` de amor”, disse Nguyen sobre uma experiência transformadora durante uma Marcha pela Vida em Washington DC.

“Peço a todos que, primeiro, encontrem em seus corações o desejo de proteger a pessoa humana e, em segundo lugar, encontrem suas próprias formas de se manifestar”, acrescentou.

A coorganizadora Kelsey Wicks, que trabalha como gerente de operações da CNA, agência em inglês do Grupo ACI, instou os presentes a reconhecer que a oração é o motor que muda a história e alentou a ter a disciplina diária de orar pela causa pró-vida, mesmo que isso não possa ser feito na frente de uma clínica de abortos.

O evento, em que participaram mais de 100 pessoas, terminou com uma missa.

Enquanto a Eucaristia era celebrada, um carro que levava uma mulher à sua consulta na clínica entrou no estacionamento da Planned Parenthood, mas logo foi embora, preferindo ir à Marisol, clínica de mulheres católicas localizada na mesma rua.

A organização é uma das mais importantes na longa história de ativismo pró-vida ao norte do Colorado.

Em 2016, o arcebispo de Denver, dom Samuel Aquila, liderou uma procissão eucarística ao redor da clínica, à qual se juntaram 1,8 mil católicos. O grupo reuniu-se ao redor do edifício.

A clínica de abortos de Denver foi construída em segredo e inaugurada em 25 de agosto de 2008. Milhares de pessoas se uniram ao então arcebispo Charles Chaput e à ativista Alveda King fora do centro de aborto para protestar pacificamente.

King escreveu um editorial contra a clínica e a indústria do aborto nos dias anteriores ao protesto, qualificando-a de “uma indústria de racismo”. “Tirando mais vidas afro-americanas do que a violência armada, doenças cardíacas, câncer e AIDS combinados, o aborto parece ter-se voltado aos negros de uma maneira que só pode alegrar os membros que restam da Ku Klux Klan. Para cada três afro-americanos vivos, há um que foi abortado”, escreveu King no Denver Post.

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