Mais de mil cartazes foram colocados nas ruas de várias cidades da Polônia para conscientizar a população sobre a importância de defender a vida dos nascituros contra a ameaça do aborto.

Em um comunicado enviado à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, pelo movimento pró-vida na Polônia, explica-se que desde “o final de novembro, cartazes com mensagens a favor da vida apareceram em dezenas de cidades. O mais explícito é o cartaz com um útero em formato de coração. Dentro dele, uma criança está deitada em posição fetal. Sem legendas ou slogans”.

A campanha é organizada pela "Fundación Nuestro Niños - Educación, Salud, Fe".

Em dezembro, outros grandes cartazes foram colocados com slogans como "Eu penso, sinto, não mato", "Dou a minha vida, cuido dela", "Escolho a vida" ou "Toda vida é um presente".

A campanha surge após a decisão do Tribunal Constitucional em outubro de 2020, de declarar o aborto inconstitucional, o que suscitou uma onda de protestos violentos durante os quais várias igrejas foram atacadas por grupos feministas.

“Em 22 de outubro, o Tribunal Constitucional declarou o aborto inconstitucional em caso de problemas fetais graves e irreversíveis ou doença incurável que ameace a vida do feto. Na prática, em muitos casos, significou a morte de bebês em gestação com suspeita de Síndrome de Down”, indica a nota.

A Conferência Episcopal Polonesa explicou em 28 de janeiro os critérios que levaram a Corte Constitucional da Polônia a declarar o aborto inconstitucional em casos de malformação de bebês no útero.

Os bispos sublinharam que "esta legislação é contra a discriminação com base na saúde", pois "defende a vida humana desde o momento da concepção". “Uma criança doente tem o mesmo valor e o mesmo direito à vida que uma criança saudável”, acrescentaram.

Até a decisão do Tribunal, em 22 de outubro, as leis polonesas permitiam a realização de um aborto nos casos estabelecidos na lei de planejamento familiar: gravidez em caso de estupro, quando há perigo para a saúde da mãe, e em casos de “deficiência severa e irreversível ou doença incurável que ameaçava a vida do feto”.  

Com esta sentença, o aborto só é permitido nos dois primeiros casos.

A nota do movimento pró-vida destaca que, com sua decisão, "o Tribunal declarou que a carga de criar uma criança com uma deficiência grave e irreversível ou doente terminal não pode recair apenas em sua família, mas toda a sociedade deve suportá-la mediante a introdução de disposições que proporcionem a toda a família a assistência e o apoio que necessita”.

Em 28 de outubro de 2020, poucos dias após a decisão do Tribunal Constitucional, o Papa Francisco relembrou a mensagem de São João Paulo II sobre a proteção da vida: “Por intercessão da Santíssima Virgem Maria e do Santo Papa polonês, peço a Deus que desperte no coração de todos o respeito pela vida de nossos irmãos, especialmente os mais frágeis e indefesos, e que dê a força para aqueles que a acolhem e a cuidam, inclusive quando isso requer um amor heroico”, disse o Santo Padre.

O Arcebispo de Poznan e Presidente da Conferência Episcopal Polonesa, Dom Stanislaw, agradeceu a decisão da Corte afirmando que “o conceito de 'uma vida que não vale a pena viver' está em contradição direta com o princípio de um Estado de direito democrático”.

“Ninguém em consciência pode negar aos outros o direito de viver, especialmente devido à sua doença”, frisou.

De 19 a 25 de março de 2021, as organizações pró-vida polonesas organizam uma semana de oração em defesa da vida que começará na memória litúrgica de São José, ano em que o Papa Francisco dedicou ao Santo Custódio, e terminará com o Dia da Santidade da Vida no dia da Anunciação.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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