O Pe. Umberto Barato, Vigário Patriarcal dos católicos latinos no Chipre, deu a conhecer detalhes dos preparativos que se estão realizando para receber o Papa Bento XVI que visitará este país entre os dias 4 e 6 de junho deste ano.

Segundo a agência do Episcopado italiano SIR, a quem o sacerdote concedeu a entrevista, esta é a primeira vez que um Pontífice visita a ilha do mediterrâneo, a qual se encontra dentro da jurisdição do Patriarcado Latino de Jerusalém. Esta viagem, ademais, está ligada ao próximo Sínodo dos Bispos do Oriente Médio, que terá lugar em Roma em Outubro deste ano, e terá como título: "A Igreja Católica no Meio Oriente: Comunhão e testemunho".

O Pe. Barato assegura já ter uma comissão encarregada para a visita do Papa e os preparativos já começaram. "Houve uma reunião em 14 de janeiro onde assistiram mais de 250 pessoas: uma das primeiras tarefas é conseguir voluntários", disse. Mencionou também que a preparação da chegada está sendo prevista em ação conjunta com o governo e com a igreja ortodoxa, "com quem colaboro e trabalhamos com um grande espírito ecumênico", assegurou.

Os lugares que serão visitados já foram escolhidos pela comissão do Vaticano, a qual fez uma visita prévia em dezembro passado. Quanto ao itinerário, acredita-se que o Papa vai fazer uma visita a Paphos, onde pregou São Paulo. Também se realizará uma celebração ecumênica com o arcebispo ortodoxo Chrysostomos II.

O Pontífice também visitará Nicosia, onde verá a "linha verde", a fronteira que separa os territórios dominados pela Grécia e Turquia respectivamente, nos quais o Chipre está dividido.

"Certamente verá a fronteira (desde o lado grego), se cruzará ou não ao outro lado já é outra história", afirmou o Vigário.

O sacerdote explicou que tendo em conta que a comunidade católica é relativamente pequena, poderia se pensar que as atividades com a presença do Papa poderiam ter poucos participantes. Entretanto, disse, existe uma população de 20 mil católicos provenientes da África e Ásia que vivem atualmente na Ilha por razões de trabalho.

"Todos somos parte do corpo católico, e todos receberemos ao Papa com emoção", comentou o sacerdote. "Espero com esta visita, que a Igreja Católica do Chipre receba um impulso para renovar o entusiasmo e a vitalidade", disse o Pe. Barato.

Deste modo expressou sua convicção de que esta visita tem, essencialmente, um fundo espiritual. Por isso, disse, existe uma comissão encarregada deste tema. "Não queremos que a visita seja algo meramente social", assegurou. Espera-se de igual maneira, que a ocasião permita aproximar daqueles que se encontrem distanciados da Igreja.