A Santa Sé informou, nesta segunda-feira, que o chefe da Gendarmaria do Vaticano, comandante Domenico Giani, renunciou ao cargo para "garantir a devida serenidade” da investigação do vazamento de uma disposição de serviço confidencial “ainda que o Comandante não tenha qualquer responsabilidade pessoal no episódio".

O Vaticano indicou que a renúncia se deve ao fato de que, em 2 de outubro, alguns meios de comunicação publicaram “uma Disposição de Serviço confidencial, assinada pelo Comandante da Gendarmaria do Vaticano, Dr. Domenico Giani, relativa aos efeitos de algumas limitações administrativas dispostas ao pessoal da Santa Sé".

"Esta publicação prejudicou seriamente a dignidade das pessoas envolvidas e a imagem da Gendarmaria", assinalou o comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé.

O comunicado se refere ao memorando interno publicado pelo meio italiano ‘L’espresso’ sobre a suspensão de cinco funcionários do Vaticano após a busca e apreensão realizada nos escritórios da Secretaria de Estado, em 1º de outubro.

O Vaticano informou que, para “garantir a serenidade para a continuação das investigações coordenadas pelo Promotor de Justiça e realizadas pelo pessoal do Corpo, uma vez que até o momento não foi identificado o autor da divulgação da Disposição de serviço – reservada àqueles pertencentes ao Corpo da Gendarmaria e da Guarda Pontifícia Suíça –, permanece desconhecido e, ainda que o Comandante não tenha qualquer responsabilidade pessoal no episódio, Domenico Giani colocou o seu mandato nas mãos do Santo Padre, em espírito de amor e fidelidade à Igreja e ao Sucessor de Pedro”.

“Ao aceitar a sua demissão, o Santo Padre falou longamente com o Comandante Giani e lhe expressou seu apreço por este gesto, reconhecendo nele uma expressão de liberdade e sensibilidade institucional, que o honra como pessoa e o seu serviço prestado com humildade e discrição ao Ministério Petrino e à Santa Sé”, afirmou o comunicado.

Do mesmo modo, indicou que “o Papa Francisco também quis recordar os seus 20 anos de indiscutível fidelidade e lealdade e sublinhou que, interpretando da melhor maneira o seu próprio estilo de testemunho em todas as partes do mundo, o Comandante Giani foi capaz de construir e assegurar em torno do Papa um clima constante de naturalidade e segurança”.

“Ao saudar o Dr. Domenico Giani, o Santo Padre agradeceu-lhe também pelo alto nível de competência demonstrado na execução dos muitos e delicados serviços, também em âmbito internacional, e pelo nível de indiscutível profissionalismo ao qual levou o Corpo da Gendarmaria”, informou o Vaticano.

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