A igreja de São Francisco, a mais antiga da Arquidiocese de Karachi (Paquistão), foi atacada no dia 12 de outubro por um bando de 600 radicais islâmicos, gerando a preocupação da comunidade cristã local.

Conforme informou na quarta-feira, 17, a agência Fides, os fundamentalistas arrasaram o pátio, mas não conseguiram derrubar a porta principal do templo. Os dois frades franciscanos que vivem ali, o Pe. Victor Mohan e o Pe. Albert Jamil; assim como as religiosas que prestam serviços no local "têm medo, temem novos ataques, mas confiam na Providência de Deus".

"O Pe. Víctor acabava de celebrar um matrimônio, quando ouviu de dentro do recinto da igreja ruídos e gritos. Imediatamente todos os fiéis, mulheres e crianças foram colocados na casa paroquial onde ficariam seguros. Os radicais, gritando frases anti-cristãs, irromperam dentro do templo devastando tudo: carros, motos, vasos de flores. Quebraram uma capelinha e levaram a estátua da Virgem. Eles também tentaram forçar a porta da igreja, jogando pedras e destruindo as janelas”, relatou um sacerdote.

O fato durou uma hora até que chegou a polícia e dispersou o grupo de radicais. As fontes da agência Fides não descartam que o ataque tenha relação com o filme A Inocência dos Muçulmanos ou qualquer outra questão relacionada com um ato de blasfêmia.

Dias depois o Arcebispo de Karachi, Dom Joseph Coutts, liderou uma marcha pacífica com centenas de sacerdotes, religiosas, leigos, membros da Comissão "Justiça e Paz" e de ativistas dos direitos humanos.

"A igreja de São Francisco sempre serviu os pobres através de uma escola e uma clínica médica dirigida pelas irmãs. Durante quase 80 anos vem cumprindo um humilde serviço à humanidade, sem distinção de casta, etnia ou religião. Por que então estes atos? Por que não estamos a salvo?", perguntou o bispo.

Dom Coutts pediu que o Governo ofereça segurança à comunidade local. Ele também convidou os cidadãos do Paquistão "a respeitarem todas as religiões, para que possamos viver em harmonia e em paz".