Os católicos de Burkina Faso pediram orações especiais pelas vítimas do ataque armado que deixou pelo menos 160 mortos na aldeia de Solham, na região do Sahel, no norte do país.

Um sacerdote católico do país afirmou que o atentado ocorrido entre a noite de sexta-feira, 4 de junho, e a manhã de sábado, 5 de junho, foi o mais letal dos últimos anos. “Estamos profundamente tristes por esse infeliz incidente ocorrido no vilarejo de Solhan, na província de Yagha de Burkina Faso”, disse o padre Paul Dah, diretor de comunicações da Conferência Episcopal de Burkina e Níger (CEBN).

Na noite de 4 de junho, homens armados desconhecidos atacaram o vilarejo de Solhan, na província de Yagha, região do Sahel, matando pelo menos 160 moradores e ferindo muitos outros. Casas e lojas foram incendiadas.

Nenhum grupo reivindicou o ataque, mas as arremetidas de grupos radicais muçulmanos são cada vez mais comuns no país, especialmente nas regiões da fronteira.

O massacre foi o pior desde 2015. Atualmente, Burkina Faso e outros oito países da região do Sahel vêm registrando o ressurgimento da violência extremista, “grande parte dela cometida por jihadistas ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico”, afirma o jornal americano The New York Times.

Um dos países mais estáveis da África, Burkina Faso foi "pego em uma espiral de violência desde que grupos jihadistas reivindicaram seus primeiros ataques em 2015. Desde então, o país enfrentou centenas de ataques, alguns realizados por grupos jihadistas e por rebeldes locais", disse o jornal norte-americano no sábado, 5 de junho.

O padre Dah pediu que o povo de Deus no país organize jornadas de adoração eucarística durante os três dias de luto nacional, anunciados pelo governo. “Nestes momentos tão difíceis, convido os católicos a oferecerem orações durante a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo pelas vítimas, suas famílias e pela paz”, afirmou na entrevista à ACI África, agência do grupo ACI, no domingo, 6 de junho

“Após os massacres em Solhan, o estado acaba de declarar um período de luto nacional de 72 horas, começando no domingo”, disse o padre, e convidou todas as paróquias da nação do oeste africano a “organizar um tempo de culto ao final das celebrações do Corpus Christi para rezar pelas vítimas”.

Depois de rezar o Angelus, no domingo 6 de junho, o papa Francisco lamentou o assalto à cidade de Solhan dizendo: "Desejo oferecer a minha oração pelas vítimas do massacre que ocorreu na noite de sexta para sábado, em uma cidade de Burkina Faso".

“Estou próximo aos familiares e a todo o povo burquinense que sofre muito com esses ataques contínuos. A África precisa de paz e não de violência!”, disse o Santo Padre.

Em uma declaração obtida pela ACI África no sábado, 5 de junho, o presidente de Burkina Faso, Roch Marc Christian Kaboré, manifestou as suas mais profundas condolências a todas as famílias das vítimas e desejou a recuperação rápida dos feridos.

“As Forças de Segurança estão trabalhando duro para encontrar e neutralizar os perpetradores deste ato desprezível”, disse o presidente Kaboré, acrescentando: “Declaro um período de luto nacional de 72 horas, começando à meia-noite de 5 de junho até 23h59 de segunda-feira, 7 de junho”.

Durante este período, o chefe de estado ordena que "a bandeira nacional seja hasteada a meio mastro e todas as celebrações populares sejam proibidas".

"Devemos permanecer unidos contra as forças do mal", disse o presidente em 5 de junho.

Sobre o massacre da noite de sexta-feira, 4 de junho, o diretor de comunicações da diocese de Fada N'Gourma, em Burkina Faso, padre Etienne Tandamba, comentou à ACI África que “este trágico atentado ocorreu em uma região rica em ouro, com muitas minas de ouro”.

“A realidade é que os agressores mataram mais de 100 pessoas. E a contagem não terminou porque havia muitas pessoas feridas”, acrescentou o padre Tandamba.

Originalmente publicado na ACI África.

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