Cinco meses depois de começar a crise na Nicarágua, o Arcebispo de Manágua, Cardeal Leopoldo Brenes, expressou tristeza pelas prisões arbitrárias realizadas pelo governo de Daniel Ortega e assinalou que todas as noites reza o terço para que estas pessoas sejam libertadas.

"Isso é triste. Eu sempre rezo o terço às nove da noite. E dedico um dos mistérios às pessoas que estão presas, para que sejam libertadas logo. Porque há crianças, mães e esposas que estão sofrendo", disse o Purpurado durante a missa celebrada no último domingo na paróquia Pio X, em Bello Horizonte.

No domingo, milhares de pessoas participaram da marcha "Resgatando a pátria", em Manágua, que exigiu, entre outras coisas, a libertação dos presos políticos.

Segundo informou a imprensa local há alguns dias, as organizações de direitos humanos calculam que o regime prendeu pelo menos 135 pessoas durante os protestos; entretanto, o número pode aumentar se contar com os desaparecidos. As manifestações contra o governo de Ortega começaram no dia 18 de abril.

O Arcebispo de Manágua pediu ao governo para cessar as prisões e reiterou a disposição dos bispos para trabalhar na estabilidade do país. "A melhor coisa é o diálogo e que quebrem os muros que estão destruindo os nicaraguenses", assinalou.

"Nós (bispos) somos apenas mediadores e testemunhas", indicou.

"Os atores (do diálogo nacional suspenso desde junho) são o governo e a Aliança Cívica. O dia em que fizerem um acordo, estamos dispostos a seguir trabalhando, porque dissemos que não estamos pedindo nenhuma posição, porque só servimos ao povo", acrescentou o Cardeal Brenes.

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