O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, presidiu na quarta-feira, 17 de outubro, uma “Missa pela Paz” na península coreana, da qual participou o presidente da Coreia do Sul, Jae-in Moon.

“Esta noite, desejamos humildemente lançar o olhar a Deus, aquele que detém a história e o destino da humanidade: implorar, mais uma vez, o dom da paz para o mundo, em particular para a península coreana, pois, após tantos anos de tensão e divisão, a palavra paz pode finalmente ressoar plenamente”, disse o Cardeal Parolin em sua homilia.

O Cardeal ressaltou que “a sabedoria das Escrituras leva-nos a entender que somente os que experimentaram o mistério inescrutável da aparente ausência de Deus, diante dos sofrimentos, opressão e ódio, podem entender realmente o que significa ressoar novamente a palavra Paz”.

“Sabemos, como pessoas de boa vontade, que a paz é construída com escolhas diárias; com um sério compromisso a serviço da justiça e da solidariedade; com a promoção dos direitos e da dignidade da pessoa humana e, sobretudo, com atenção aos mais fracos”.

Após indicar que a paz é um dom de Deus, o Cardeal Parolin recordou que São Paulo VI disse que “devemos sempre falar de paz! Precisamos educar o mundo a amar a paz, a construí-la, a defendê-la”.

“Diante das premissas que renascem da guerra – indicava p novo santo –, devemos despertar, nos homens do nosso tempo e das gerações futuras, o sentido da verdadeira paz, baseada na verdade, na justiça, na liberdade e no amor”.

Ao concluir sua homilia, o Cardeal Parolin rogou “ao Senhor a graça de tornar a paz uma autêntica missão no mundo de hoje, confiando no misterioso poder da Cruz de Cristo e na sua ressurreição”.

Em 19 de setembro, os presidentes da Coreia do Sul e da Coreia do Norte assinaram em Pyongyang um acordo de desnuclearização na península coreana.

Posteriormente, em 9 de outubro, a presidência sul-coreana informou que o líder norte-coreano, Kim Jong Un, convidou o Papa Francisco para visitar a Coreia do Norte.

O porta-voz sul-coreano Kim Eui-kyeom disse que o convite seria entregue pelo presidente da Coreia do Sul ao ser recebido na manhã desta quinta-feira pelo Pontífice no Vaticano.

Além disso, em 12 de junho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Kim Jong Un se reuniram em Singapura, onde assinaram uma declaração conjunta “para construir uma paz duradoura e estável na península coreana”.

A península coreana está dividida pela fronteira mais fortificada do mundo desde que a guerra culminou com um armistício e não com um tratado de paz em 1953.

A Constituição da Coreia do Norte garante a liberdade de culto, mas na prática o governo decide o que se pode fazer ou não neste âmbito.

A Coreia do Norte lidera há anos o ranking dos países onde existe a maior perseguição religiosa. Os cristãos enfrentam, por causa da fé, a privação de sua liberdade, o confinamento em campos de trabalho e, em alguns casos, a morte. O Departamento de Estado norte-americano estima que atualmente haja entre 80 mil e 100 mil pessoas em campos de prisioneiros norte-coreanos.

Em 18 de agosto de 2014, o Papa Francisco presidiu uma Missa pela reconciliação da Coreia e afirmou em sua homilia na Catedral de Seul que “aquilo que, visto de uma perspectiva humana, parece ser impossível, impraticável e às vezes até repugnante, Jesus torna-o possível e frutuoso com a força infinita da sua cruz”.

“Deus nos chama a voltar para Ele e a escutar a sua voz, e promete estabelecer-nos sobre a terra numa paz e prosperidade maiores, como os nossos antepassados nunca conheceram. Possam os seguidores de Cristo na Coreia preparar a alvorada daquele dia novo em que esta terra do calmo amanhecer gozará das mais ricas bênçãos divinas de harmonia e de paz”, disse o Santo Padre naquela ocasião.

Confira também: