O Patriarca de Alexandria para os coptos católicos, Cardeal Antonios Naguib, afirmou que os cristãos no Egito continuarão lutando pela paz com amor, fé e oração a Jesus Cristo, logo do ataque armado que deixou 35 cristãos mortos e 274 feridos.

No último 10 de outubro, militares egípcios atacaram com armas de fogo um grupo de 10 mil coptos que protestavam pacificamente pelo ataque a uma de suas igrejas perpetrado por extremistas muçulmanos.

Segundo algumas testemunhas, a manifestação foi atacada em ao menos duas ocasiões durante seu percurso pelas ruas do Cairo. Os militares atuaram instigados por extremistas islâmicos que não toleram a presença cristã no país de maioria muçulmana.

Em uma entrevista concedida à agência SIR, o Cardeal Naguib explicou que os cristãos no Egito já viveram situações similares de sofrimento e de paz em sua longa história, mas "continuaremos fazendo tudo aquilo que possamos, sustentados com a oração, a fé em Deus, e o apoio espiritual e moral de todos os católicos, os cristãos e as pessoas de boa vontade".

Os cidadãos egípcios irão às urnas no próximo 28 de novembro. "O futuro do Egito não é previsto com claridade. Não podemos afirmar uma fisionomia clara para o Egito depois do acontecido".

"Podemos expressar nossas preocupações, e ao mesmo tempo nossa grande esperança de encontrar um Egito apoiado nos direitos civis e a igualdade da cidadania, sem nenhuma discriminação sobretudo religiosa", e com as próximas eleições do Parlamento "a situação de esclarecerá, e esperamos que seja para o bem do país", explicou o Patriarca Naguib.

"Embora sejam pouco numerosos – 10 por cento da população que conta com 88 milhões – os cristãos têm um papel fundamental neste momento", acrescentou.

Os cristãos "podem favorecer um ambiente de diálogo, que é a via mais eficaz para confrontar a situação de todas as partes do país. Deste modo, podemos chegar a um novo país apoiado na cidadania e a igualdade entre todos. Os cristãos, através de sua participação ativa na vida social e política, podem dar exemplos concretos de fidelidade e de atuação pelo bem comum no Egito", acrescentou.

O Patriarca indicou que os ataque islamistas contra as instituições cristãs são contínuos, e denunciou que há quem "procure voltar a tratar os cristãos como nos tempos mais escuros do Império Turco".